Arquibancada
Pensei em escrever algo que não fosse o “chover no molhado”, neste dia que deveria ser importante ao Coritiba.
Com qualquer amigo quando está de aniversário, seja qual for o drama que por ventura esteja vivendo, a gente une as forças e segue até ele e comemora, nem que seja apenas para fazer de conta.
O Coritiba não é como um amigo, é como alguém da família da gente, alguém muito próximo. Alguém que aprendemos a amar. O amor pelo Coritiba é ensinado em casa, no clube, na arquibancada. Tem os que nascem com ele. São vários amores, de várias formas.
O meu amor pelo clube vem desde criança, assim como é com a maioria, acredito.
Como muitos, nasci Coxa, numa família de Coxas. Antes mesmo de estrear num estádio de futebol - ver o time pela primeira vez - já sabia que seria torcedor deste time, coisa dos que tem isso no sangue e se emocionam com tudo que envolve suas cores, emblema, uniforme, bandeira, estádio... símbolos, que representam esta relação.
Como cada de um de vocês, também tenho muitas histórias que envolvem esta relação. Estas histórias que a gente carrega para sempre, que são a certeza que vivemos com este clube no coração. São estas histórias que em momentos como o que vivemos hoje, por exemplo, que nos dão a certeza deste grande amor.
Quem aqui não teve vontade de largar os “betes” em muitos momentos? Aquela vontade de nunca mais ir ao estádio, vontade de vaiar aquele “perna de pau” que não honra a camisa que veste, aquele cara contratado que está lá só por dinheiro, o dirigente incompetente? Mas apesar disto tudo, o amor pelo clube ainda nos coloca sentados na arquibancada, na frente da tv ou diante de um rádio para acompanhar o Coxa. Isso sim é amor! Um amor difícil de explicar porque é uma relação diferente das que costumamos ter no dia a dia. Isso é passional. Não tente explicar.Nem sei porque me alongo neste texto.
É uma história de amor de dois lados: do amor do torcedor e do profissional que vive dele.
A dor da derrota não é a mesma para os dois. O torcedor sofre mais? Ele pode chorar reclamar apontar culpados, espernear e até extrapolar. Ao jogador, ao dirigente, não. Isso não é permitido. É preciso cabeça no lugar para poder trabalhar buscando o melhor. É o que vemos em quase todos os casos. No Coritiba, não.
A nossa maior dor neste dia de aniversário do Coritiba, é ainda ver apenas um lado: o sofrimento do torcedor impotente, incapaz de resolver os problemas internos.
Do outro lado, a frieza, o descaso, com esta dor e a incompetência de sequer saber que caminho tomar.
São 105 anos, mas como se tivesse aprendendo agora. Como um menino que começa a sua vida aos 13 anos.
Obrigado pelo presente, presidente Vilson Ribeiro de Andrade! O senhor já faz parte da nossa história. Jamais será esquecido.
Infelizmente, não como muitos que marcaram positivamente, mas como um presidente arrogante, incompetente e que nos deixou em uma situação muito difícil.
Parabéns por mais um aniversário, meu Coritiba! Palas suas glórias (do passado) e que voltarão em algum momento, tenho certeza.
Porque o nosso amor por você é maior que tudo isso!
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)