Arquibancada
Claro que torço pelo sucesso desta nova fase na relação Atletiba. Isso pode ter efeitos inimagináveis na arquibancada, nas ruas e principalmente nas relações diretas entre torcedores dos dois lados.
Os presidentes pensam profissionalmente, procurando acima de tudo o melhor para seus clubes e por consequência ao futebol paranaense.
Sinal de um tempo do futebol moderno, que hoje precisa de estratégias de marketing de promoção de eventos da grandeza de um atletiba, por exemplo. Levar um bom público ao estádio, já não depende mais da paixão das duas torcidas, da rivalidade, do prazer que existe em vencer o rival. Por trás desta iniciativa, de Bacellar e Petraglia, está a necessidade dos dois clubes de se reerguer, parece que procuram no rival a força para superar a crise financeira que vivem.
Por aí, as avaliações são as mais diversas. Há os que não acreditam em Petraglia, achando que por trás desta aproximação existam interesses sordidos, e que lá na frente o tapete de Bacellar será puxado.
Do outro lado, estão os que comemoram a aproximação. Acham que ela pode mesmo significar a redenção do futebol paranaense. Que só assim, Coritiba e Atlético podem sair do buraco financeiro que se meteram.
Eu particularmente sou do turma que prefere aguardar pelos resultados. De fato Petraglia não é confiável, mas Bacellar não é bobo e está cercado de gente pra lá de experiente. Rogério Bacellar não tem o poder de decisão. Não é a rainha da Inglaterra e precisa de um consenso para decisões importantes.
Na mesma mão, transitam outras questões que pegam carona na ideia: há os que apostam em redução na violência, em menos quebradeira nos terminais de ônibus, menos perseguição entre torcedores na saída do estádio. O exemplo vem de cima, sim. E nisso acredito mais que tudo. Sem dúvida teremos um atletiba mais calmo.
Mas por enquanto, consigo comemorar apenas a calmaria entre torcedores. Parece que nesta primeira experiência teremos mesmo um Atletiba mais seguro, menos violento fora de campo. Outras promoções devem acontecer até a hora do jogo e isso reforça uma rivalidade sadia. Só por isso a decisão já terá valido.
De resto, confio na boa intenção: até que prove contrário, Bacellar e Petraglia caminham para um novo tempo no futebol paranaense. É um começo, mas a intenção parece ser a melhor possível.
Os tempos são outros e a administração do futebol também precisa mudar.
Isso me lembra fim de casamento, quando os dois lados mal se falam e evitam frequentar o mesmo ambiente. Passada a tempestade, percebem que deve haver respeito a tudo que viveram juntos. É necessária a convivência pacífica, afinal o casamento tem filhos e a educação deles depende do ex-casal.
Coritiba e Atlético já foram casados, se separaram, e tiveram muitos filhos. Alguns rebeldes que dão trabalho até hoje. Em nome deles, que se conviva pacificamente. O exemplo vem de casa. Não precisa tomar café da manhã juntos, se visitar sempre, ir ao cinema, apenas viver pacificamente.
O que vier junto, será um grande lucro para ambos.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)