Arquibancada
Percebo um excesso de zelo, um cuidado especial para carregar a criança que acaba de nascer.
Todo cuidado é pouco e se ganhar do Vasco, incendeia a coisa, pelo menos é o sentimento que a vitória de ontem colocou dentro de uns corações já cansados do sofrimento. Acho positivo, é um caminho novo para lidar com as dificuldades, mas também devemos seguir em alerta, porque sabemos que foi através das cobranças que nasceu esta vitória diante do Palmeiras. Entre a derrota vergonhosa para o Santos, e ontem, novos fatos motivaram esta determinação que ainda não tinha entrado em campo neste brasileiro.
Sangue nos olhos foi o que se viu ontem - (em muitos atletas). Quem sabe não tenha sido mesmo o afastamento das ervas daninhas, como Norberto, que sabidamente não deve ter feito a sua primeira molecagem, anotando no quadro um deboche, em atitude inclusive de desrespeito aos seus ex- companheiros. Não foi por acaso que Norberto foi afastado. Deve ter tido outras passagens como esta que vimos esta semana.
Eu não quero, mas não consigo parar de pensar na famosa campanha do Fluminense em 2009, que terminou com vitória justamente em cima do Coritiba, naquele famoso dezembro de 2009.
No final de outubro daquele ano, mais precisamente no dia 29, o Fluminense estava fadado à queda. Fez a sua primeira partida de recuperação num Maracanã vazio, debaixo de chuva, contra um Atlético-MG que lutava pelo título. Os matemáticos calculavam 99% de chance de rebaixamento para o tricolor, lanterna da competição. Era preciso uma sequência de resultados de campeão. Aconteceu. O que ninguém acreditava, aconteceu.
O início foi exatamente contra o Galo: 2 a 1. Após seis vitórias e um empate, sendo um dos jogos a incrível virada para cima do Cruzeiro depois de estar perdendo por 2 a 0, no Mineirão, o time do então técnico Cuca se livrou da Série B, em Curitiba na partida que colocou o Coritiba no lugar do Fluminense, na segundona.
Naquela oportunidade, o Fluminense somou apenas 46 pontos em 38 rodadas, sendo 19 nos últimos sete jogos. Teve um aproveitamento de 40%.
E olha que a situação do Coritiba ainda é muito melhor que a do Fluminense naquele ano. Mas também não dá pra negar que o time Carioca era muito melhor que o time do Coritiba, deste ano. Mas isso não importa. Só sei que desde sábado, contra o Santos, estou com esta história do Fluminense martelando minha cabeça. Provavelmente porque torcedor é este bicho estranho, que sempre arruma um motivo pra acreditar.
Embarco no embalo otimista, porque sempre fui otimista e me pego nesta onda de acreditar que este Coritiba tem cura. Não porque de uma hora para outra vá aprender a jogar futebol.
É que na verdade, o torcedor, a parte mais frágil desta relação, é quem paga o pato e este ano tá pra lá de difícil, seguramente o pior dos últimos 5 anos. Entro na onda otimista, e também faço de conta que acredito, mas com um olho no gato e outro no peixe. Vou dar mais um voto de confiança e abrir uma trégua neste período de bombardeio que todos aqui fizemos contra o elenco, diretores, presidente e vices. Em nome do Coritiba.
Quem sabe contra o Vasco também venha a primeira vitória fora de casa, e aí o time deslancha? Sei lá!
É que do outro lado, tem o diabinho me dizendo que estamos falando do Coritiba que faz a sua pior campanha em brasileiros.
Um pouco de Fluminense a este time do Coritiba não seria nada mal, não é??? Mesmo agora, muito antes de ter 99% de chance de cair, como o time das laranjeiras, naquele 2009.
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