Arquibancada
Fizemos o inverso deles. Enquanto mandam o time principal para excursionar pela Europa, o sub-23 fica aqui, disputando o Campeonato Regional. Na contramão, ficamos com o time principal por aqui, para brigar por mais um título estadual e mandamos o sub-19 fazer escola lá fora. Estamos nos dando bem!
Desta vez, a estratégia deles foi tão mal planejada, que para piorar as coisas, o time sub-19 do Coritiba, já faz mais sucesso lá fora que o principal deles com uma pré-temporada mais longa e muito esnobe para o meu gosto, para os padrões e qualidade do que conseguem no seu departamento de futebol.
Uma saída tão mal planejada, que quando voltaram perceberam que estavam sem calendário e colocaram o time principal pra jogar o paranaense, coisa que desdenham há dois anos. Foi um tiro no pé. Deu no que vimos: Torneio da Morte para nunca mais falar mal do Campeonato Regional, se é que aprenderam a lição.
A ironia é provocada ainda mais com o sub-19 Coxa, na Dallas Cup, nos Estados Unidos, vencendo as duas primeiras partidas de um torneio de respeito, disputado por equipes de tradição, como Tigres do México, Valência da Espanha, etc. Nos dá motivos de sobra pra acreditar num trabalho no mínimo certeiro feito nas categorias de base do Coritiba.
Eu que sempre fui um crítico deste trabalho, me rendo agora aos resultados colhidos até aqui. Se revelam talentos, se surgem craques, é conversa para outra hora, em outra oportunidade. O fato é que a base finalmente parece trabalhar em alicerces sólidos, conseguindo cumprir seu papel principal que é o de preparar talentos para uso no time principal e futuramente fazer o caixa. Grosseiramente, é isso que se espera de uma base com trabalho de visão estratégica de um clube como o Coritiba.
Pra não falar apenas baseado nos resultados, como o do sub-19 em Dallas, já é possível também ver um número bem significativo destes meninos, hoje profissionais, ascendendo ao time de cima. Se muitos ainda não servem ao time principal, pelo menos já rendem algum dinheiro com empréstimo a outros clubes.
Fita Azul em 72
Coritiba fora de casa me remete a conquistas históricas. Precisamente final dos anos 60 e começo dos anos 70, quando já fazia das suas em gramados da Europa e África, primeiras excursões do clube, quando começava a conquistar o status de Fita Azul, época que o título ainda era conferido pela extinta CBD, hoje CBF, mas que foi perpetuado pelo jornal Gazeta dos Esportes, de São Paulo. Só para clubes que voltavam invictos das suas excursões. E foi o que o Coritiba fez em 1972, em nova excursão feita naquela oportunidade apenas pela Europa. Foram seis partidas - quatro vitórias e dois empates.
O time comandado por Kruger, Zé Roberto, Paulo Vechio, Tião Abatiá, Nilo, Célio, Dreyer, Hélio Pires, Leocádio e Claudio Marques, passou pela Turquia, Marrocos e Argélia. Enfrentou a Seleção da Turquia, Fenerbahçe, Seleção Olímpica de Marrocos, entre outros.
Que estas lembranças sejam no mínimo um presságio, agora que venha um título internacional. Que venha seja agora, com o sub-19, na Dallas Cup.
Sonhar é preciso! Por que não?
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