Arquibancada
Serviu para lembrar que o time do ano passado está vivinho da silva. Assustador e esculhambado foram as melhores definições que ouvi e li avaliando o Coritiba desta noite de quinta-feira, contra o Londrina.
Tão próximo do ano passado, que o gol do Londrina foi pra não deixar saudade da defesa de 2015, antes de Walisson Maia e Juninho, que andam lembrando Lucas Claro e Leandro Almeida. O gol do Londrina mais pareceu cena de retrospectiva de 2015. Serviu para lembrar que a dupla de zaga de hoje, já não consegue mais passar a segurança que deu no final do brasileiro de 2015. Também para lembrar que apelar para empréstimos de jogadores do Londrina, deixa uma lição: jogam tudo contra nós, mas a favor, nunca. Jogam o que nunca jogaram quando aqui estiveram, caso de Germano e Paulinho, e outros tantos que do time de lá vieram, mas aqui nunca se justificaram. Com exceção de Joel.
Não é por acaso e nem por falta de reservas que Gilson Kleina pede um zagueiro, entre outras posições. Por isso, Gum do Fluminense surgiu no noticiário da semana. Pelo menos foram as especulações confirmadas pelo empresário do jogador, que anda sem clima nas Laranjeiras. O problema (e sempre o mesmo) é que Gum também interessa ao futebol turco. A verdade é que o dinheiro mais farto por aqueles lados, deve prevalecer e ainda vamos precisar de gente para compor a zaga. Pena, cheguei a achar que a experiência do zagueiro fosse uma solução para a zaga Coxa, ainda com pouca rodagem para muita responsabilidade.
Amaral conseguiu se redimir do gol que deu ao Grêmio na semana passada. Gol que aliás, praticamente definiu a desclassificação do Coritiba na Liga. O gol de empate com o Londrina lhe tira um peso que poderia ter mais peso adiante. Um problema a menos para o Coritiba e para o atleta.
De tudo que todos nós já sabemos, ressurgem alguns dos velhos problemas: um deles é que o Coxa não sabe jogar em casa contra times com proposta de jogo mais "pegado". Não me parecia ser novidade e nem para quem acompanha a história destes confrontos, que o Londrina faria algo diferente nesta partida. Manteve a tradição, “mordendo” como sempre. Forte na marcação, encurtou os espaços, impedindo o toque de bola. Os seis cartões amarelos distribuídos ao Londrina, dizem isso. Este time do Coritiba parece ainda não ter aprendido a se impor dentro de casa, e isto desde o ano passado.
Gilson Kleina não conseguiu tirar proveito do fato de estar com dois jogadores a mais.Tudo bem que teve pouco tempo nesta condição, mas naquela circunstância, tinha que saber se aproveitar desta vantagem. No máximo o time conseguiu se manter na intermediária adversária, mas sem criar algo mais contundente. Pelo contrario, além de não conseguir a vitória, quase perde o jogo na última bola de ataque do Londrina, o que deixaria as coisas ainda mais complicadas.
Este começo de campeonato, me lembrou um único momento razoável do Coxa ano passado, no Brasileiro. Foi nas duas partidas boas que conseguiu fazer dentro de casa, ( Grêmio e Cruzeiro), pelo menos das que vi no Couto. Foi o que repetimos já neste ano, no segundo tempo contra o Inter, na primeira rodada da liga e também em toda a partida contra o Grêmio, na semana passada. Morremos aí?
O problema é que agora, quando todos esperavam finalmente confirmar uma evolução, neste aparente avanço que teve, jogando bem contra o Grêmio, e vencendo com fartura de gols nas duas primeiras rodadas do Paranaense, finalmente revelando alguma qualidade técnica, o time nos surpreende mais uma vez, com esta brutal queda de produção contra o Londrina, sem que ninguém consiga explicar melhor as razões para isso.
Não se trata de impaciência, de dar tempo ao tempo, de levar em conta o inicio de temporada, de ajuste das peças... Quando tudo parece se aproximar do mínimo razoável - e isso ainda é pouco - há o retrocesso e a confiança que a torcida queria ter, e aos poucos estava conseguindo, o time acaba se perdendo em novo fracasso e põe tudo a perder. Começamos da estaca zero?
O Coritiba repete o dilema do drogadito, que a cada tentativa da busca pela sobriedade, não resiste e depois de dias de abstinência, se entrega novamente ao vício, precisando retomar o tratamento, começando tudo de novo.
A cada duas semanas, parecemos ter um novo time, precisando de novas avaliações. Contra o Toledo na próxima rodada, domingo às 5 da tarde, só Deus sabe o que nos espera. Avaliar este time do Coritiba, é um desafio para qualquer um que queira entender de futebol.
Está se tornando uma missão cada vez mais impossível avaliar o Coritiba.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)