Arquibancada
Bom e barato é uma mão de obra que definitivamente não tem no mercado do futebol. Só barato tem bastante. Se é bom a gente vê lá na frente. Eles podem ser encontrados entre alguns dos destaques da Série B de 2021, apontados como solução para a montagem do elenco Coxa para a próxima temporada. Pelo menos são as especulações que circulam por aí.
Se é isso mesmo, preciso então, recuperar a minha crença na química. Na conjunção de muitos fatores que determinam o sucesso de um grupo, quando não há uma, duas ou três estrelas. Aquele jogador que decide uma partida num lance, na marcação do adversário, na assistência a um companheiro ou até como artilheiro.
Os nomes anunciados até agora, embora não sejam oficializados pelo clube, precisam mostrar mais do que mostraram na Séria B, para disputar a Série A pelo Coritiba. Precisam se superar e ainda contar com a sabedoria do comando técnico, para extrair o melhor de cada um para fazer o grupo funcionar. Achar a química. Será preciso fazer um grupo inteiro jogar dentro de uma proposta onde cada um se encaixe como peça fundamental. Porque por enquanto são só apostas e não soluções seguras. Ainda falta tudo para começar a montagem do elenco, a estratégia para a próxima temporada.
Daqui do lado de fora, quero acreditar em reuniões incansáveis, de listas intermináveis de nomes. Alguns sondados, contatos feitos, uns descartados, outros em vias de acerto. Para quem trabalha no futebol com responsabilidade, este período de entressafra -fim de uma temporada e início da seguinte - deve ser o pior de todo o trabalho. Para um clube como o Coritiba, sem espaço para erros e com uma torcida insatisfeita e já no limite com insucessos, os cuidados neste momento precisam ser redobrados. Ninguém mais vai tolerar Dalbertos, Tôtos, e outros tantos em 2022 e que em temporadas anteriores tiveram outros nomes.
O futuro do Coritiba ainda mantém a espinha dorsal com jogadores em fim de carreira que não correspondem mais as expectativas do futebol de alto nível, com a intensidade que vem sendo jogado, chamado de esporte de alto rendimento.
Caso de clubes considerados pequenos e que se deram bem em 2021, caso do Fortaleza, não é o caminho e o risco que o Coritiba pode se dar ao luxo de correr. Fortaleza, Cuiabá e Juventude não são exemplo. Tiveram mais sorte que juízo. Foi uma aposta que deu certo, mas são casos raros. Funcionou a química. O Coritiba precisa trabalhar num patamar acima.
O problema é que a segurança que todos queremos, ainda não pode ser oferecida pela atual administração. Para muitos torcedores, sei, é pedir demais, mas é o que temos para o momento.
Muita paciência, aquela mesma de anos anteriores, precisa ser renovada, com uma única diferença: crer na seriedade e profissionalismo até agora visto na administração do clube.
Exagero ou não, o momento talvez seja mais delicado do que muitos de nós pode supor. O dinheiro que entra ainda não resolve os problemas que não param de chegar. Por enquanto entra mais problema do que dinheiro no Coritiba. A herança financeira é uma conta de subtrair. O tempo de fazer a soma ou a multiplicação, ainda demora um pouco.
O Coritiba vive tempos de reinvenção, de formatação de uma máquina “que deu pau”, com HD comprometido e sem conserto. Com a máquina ligada, e em funcionamento, a temporada começa e com ela voltam as nossas expectativas. Com HD novo sendo instalado, aperte o start para primeiro avaliar o time no Regional, depois Copa do Brasil e mais adiante no Brasileiro.
Difícil neste momento fazer qualquer previsão. Até porque não há novidade no ‘front’. Mas sigo ao lado do clube, de olho no futuro e com o dedo no gatilho, pronto para gritar no primeiro sinal de tropeço ou erro na condução das coisas, mas na torcida pelos acertos, claro. Não há comprometimento com ninguém, a não ser a minha torcida pelo sucesso do Coritiba.
Só sei que estes novos tempos transformaram o futebol em um grande negócio e só agora o Coritiba acordou para isso, mas ainda em tempo de correr atrás do prejuízo.
Nunca é demais repetir: paciência, é a palavra de ordem, para mais tarde voltar a disputar em condições de igualdade com os maiores.
Assim como o Coritiba se reinventa, a torcida também precisa aparecer com outra roupa para este novo momento. Não somos mais os mesmos. Não adianta espernear... milagre não existe. Ou aceita ou coloca o clube na gaveta e volta quando estiver pronto, daqui há alguns anos.
Quem sabe o ideal seja tentar entender um clube novo, como algo que acaba de nascer e precisa de um processo para alcançar o amadurecimento.
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