Arquibancada
Acaba não sobrando quase nada para dizer, a não ser tudo que já foi dito. Não há nada que não se saiba, não há nada que nos surpreenda. A história se repete, se repete, se repete e como cachorro correndo atrás do próprio rabo, ficamos nos lamentando de repetidos problemas que parecem não ter fim e nem solução.
Até com o pior já nos acostumamos a dividir o mesmo espaço. Perder em casa para Flamengo e Avaí, não é de hoje. É só pegar a história recente, um ano atrás, e veremos desastres iguais ou piores.
Meu Coritiba velho de guerra perdeu o resto do respeito que podia ter. Perdeu o que restava de mais sagrado, a cumplicidade que sempre houve entre arquibancada e gramado.
Fosse quem fosse, chegar aqui e vestir a verde a branca provocava medo, mas acima de tudo respeito a quem se propunha a assumir esta responsabilidade, de vestir a camisa do glorioso. Se não tivesse futebol pra isso, era bom nem passar perto da Mauá ou da Ubaldino. Hoje não. Tá fácil jogar no Coritiba. Qualquer um pode, o principal quesito é saber que a bola é redonda, o resto aprende com o tempo. Ficou difícil torcer para o Coritiba assim.
Analisar as partidas, as últimas dez, por exemplo, é como rever um mesmo filme dez vezes. Estas partidas, com esta gente, são responsáveis pela formação de uma nova geração de torcedores frustrados, com nenhuma identificação com a história do Coritiba. É que o comportamento geral lá dentro, não condiz com esta história.
Novos torcedores são formados nas vitórias. É o sucesso que atrai, é o ídolo que chama o torcedor. O Coritiba não tem nada disso.
Agora como última salvação, anunciam uma reformulação na espinha dorsal do time, coisa que deveria ter sido feita há tempos. Mesmo dentro do próprio Campeonato Paranaense, quando qualquer pessoa, com o mínimo de conhecimento futebolístico, seria capaz de identificar estes problemas.
Quem aqui não lembra de ter lido de mim e de outros companheiros, que as partidas diante do Foz, Prudentópolis, Londrina, Operário e Paraná Clube já davam sinais de alerta. Muitos avisaram que com este time não seria possível começar o Brasileiro.
Teimosamente insistiram. Ainda falavam em adequações, ajustes, e outras baboseiras, subestimando mais uma vez a inteligência da torcida.
Fechamos a sétima rodada do brasileiro com um time caindo aos pedaços, se desmantelando, despencando na tabela, com um amontoado de improvisações patéticas que servem apenas para confirmar o amadorismo que se instalou no Alto da Glória.
Eles fingem que dirigem, os atletas fingem que jogam e nós precisamos começar a fingir que torcemos. Do contrario, isso vai acabar muito mal.
Os primeiro sinais já foram vistos no final da partida deste sábado, contra o Flamengo. Alguns torcedores furaram o bloqueio de seguranças conseguindo passar e cobrar dentro do gramado postura séria de alguns atletas. Isso abre precedente. Temo pelo pior, temo por novas cobranças que podem não acabar bem. O clima é pra lá de tenso. É muito mais que uma crise. Anúncios paliativos de vinda de salvadores da pátria já não enganam mais.
Acredito muito mais numa inciativa corajosa, de assumir os erros e rever todo o planejamento equivocado feito até aqui. As improvisações feitas para remendar não vão ajudar. Postura de homem é o que espero de vocês, dirigentes. Papo sério e respeitoso com o torcedor. Para retomar o respeito perdido, só assim. Do contrário, a casa cai de vez no próximo papelão.
Precisamos de homens de verdade. Estou falando de brio, caráter, de honra, de seriedade no trabalho proposto.
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