Arquibancada
E lá se vai 2018 sem que tenhamos um título, um feito, uma alegria sequer para comemorar. Nada que não tenha passado do trágico, onde quer que o Coritiba tenha pisado neste ano de administração que, quando se apresentou, disse pensar no futuro do clube. Aliás, ainda diz, e parece convicto nesta posição, mesmo que para a maioria da torcida estes caminhos sejam tortos e equivocados.
Estamos divididos em grupos, os mais variados. Os radicais, os que nunca aceitaram Samir, os que apostaram em melhores dias (eu) e os que ainda acreditam, mesmo que isso possa parecer absurdo, com o ano terminado, com nada para comemorar, mas ainda há quem aposte em milagres.
Todos nós somos contemplados com um sentimento de frustração, porque com todas estas decepções, também se vai definitivamente o que já não era bom.
Aqui fica a máxima do “nada está tão ruim que não possa piorar”. Se o pensamento prevalece, então justifica dias ainda piores e faz algum sentido quando uma turma fala em paranização, série C, versão Portuguesa ou a versão Bangu, no estado do Paraná.
Porque houve quem reclamou de Vilson, apostando em Bacellar e agora em Samir. Ainda não aprendemos escolher nossos dirigentes, mesmo que justifiquem estes momentos a um grupo pequeno, de 1.070 eleitores. Um grupo pequeno, sem dúvida, se levarmos em conta o tamanho da torcida Coxa. Mas cadê o resto que se omitiu nas eleições? Precisamos aprender a pagar os preços altos que já pagamos há anos. Quando assumimos a omissão, como neste caso da eleição de 2017, no Coritiba, com um número irrelevante de comparecimento de sócios com direito ao voto.
Pela movimentação de nossos dirigentes agora, em 2019 teremos o mesmo caminho de 2018, 2017, 2016...
Para mudar, o primeiro passo deve estar no que considero um dos maiores problemas de agora. O desaparecimento de um dos maiores patrimônios de um clube de futebol: a sua torcida. Pelo menos é o que vejo. Uma torcida que não abandona, mas que se reserva ao direito de acompanhar à distância, não indo mais ao estádio, abrindo mão de usar a camisa do clube nas ruas, porque para isso, além do amor pelo clube, é preciso também humor e principalmente coragem para não entrar em confusão.
No futuro onde deveria estar o planejamento de uma torcida forte, formando uma nova geração que ocuparia as arquibancadas do Couto a partir de 2025 ou agora, já no ano que vem. Estamos formando uma geração de desinteressados pelo Coxa. Muitos de nós com exemplos de filhos que abrem mão de nos acompanhar aos jogos, porque viramos “caixa de pancada”, e apanhar não é bem o que busca esta geração.
O Coritiba do “futuro” é de um presente sombrio, que apenas no passado foi um clube “maior”.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)