Arquibancada
Na avaliação de alguns, Kleina foi o que menos teve culpa na derrota para o Santos. Ainda tentando manter uma posição mais isenta, deixando meu lado de torcedor, mesmo que seja por alguns instantes, não consigo eximi-lo de culpa. Se não errou em todas as mexidas que fez - que tenha feito algumas por necessidade, por contusão - mesmo assim não consigo entender pelo menos duas questões: a primeira foi rechear o time com a inexperiência e incompetência, quando o que o Coritiba precisava naquele momento, era de mais experiência ainda. Afinal, ganhava o jogo e precisa de cabeça para segurar o resultado, mesmo que fosse o empate,( o que aconteceu mais adiante). A segunda foi não ter tentado com Ortega quando precisou tirar Kleber. Isso no mínimo manteria dois jogadores do Santos com olhos ao ataque do Coritiba que sumiu, depois da troca. Mas isso é mesmo passado e o momento é outro.
Segundo informações, um novo meia está chegando. Felipe Amorim, numa troca por Dudu, com o Fluminense. Uma aposta, nada além disso. Confesso, lembro muito pouco deste jogador. No mínimo mais um que chega e nos coloca na expectativa ( mais uma vez)para que acerte e nos dê alegrias. É o máximo de qualidade que a diretoria consegue garantir em suas últimas contratações.
Como boa notícia, chega a informação que Juan está praticamente liberado para voltar. Este sim, a grande esperança. Pelo menos foi esta a última impressão que deixou quando jogou recentemente, até que saísse machucado antes das finais do paranaense. Nesta segunda-feira, já fazia treinos com bola e segundo informações do próprio Coritiba, pode ser que apareça entre os convocados para a partida de amanhã (quarta-feira), contra o São Paulo.
As opções de Kleina, há tempos sabemos não são mesmo as melhores. Não é de agora que todos pedem elenco para a disputa do brasileiro, um campeonato longo e que com apenas 11 jogadores, não vai chegar a lugar nenhum. Por isso ainda se recente quando precisa abrir mão de Juan e Ceará, por exemplo, e vai sentir quando Kleber sair, Juninho etc.
Vejo que na mídia , Kleina reclama de qualidade nas reposições. Mas por que reclamar disso somente agora? Só agora, quase na metade do ano, quando chegamos à terceira rodada do Brasileiro. E a pré-temporada serviu pra quê?
Não é possível que a montagem de elenco não tenha sido prioridade num planejamento que deveria ter sido feito no começo do ano. Não é possível que só agora ele e sua equipe percebam que não há reposição, ou que são poucas as opções e não atendem todas as necessidades, em muitas posições.
Por que só agora o problema é reconhecido? Não faltaram cobranças, pelo menos aqui, entre os colunistas do COXAnautas, sobre a montagem do time, tendo como a maior preocupação a montagem de um elenco, e não contratações isoladas para resolver uma ou outra posição. Qualquer profissional de futebol sabe que hoje o planejamento é a alma do negócio. Se não for assim, é trabalho amador e que não serve mesmo para o Coritiba.
Outra coisa que me incomoda já há uns dias, desde as finais do paranaense, pra ser mais exato: a blindagem que os atletas estão fazendo em torno do nome de Gilson Kleina. Primeiro o grupo todo chamou para si a responsabilidade da perda do título. Alan Santos, na semana passada, logo depois da desclassificação da Copa do Brasil. E agora Kleber. Todos procuram isentar o técnico de toda a culpa pelos seguidos fracassos.
Já disse isso e volto a repetir. Não tenho absolutamente nada contra a amizade deles, e minha opinião não serve para avaliar se podem ou não serem amigos, mas o Coritiba não é um clube social, onde compadres se encontram no final da tarde para troca de ideias, num bate-papo descontraído. É trabalho, custa caro, envolve muita paixão, como todos os clube de futebol, onde não há lugar para incompetência. “Amigos sim, mas negócios à parte”!
Querem ser amigos? Ótimo, mas lá fora, dos muros do CT ou do Couto, pra fora. Lá dentro precisa apresentar resultados, precisa de cobrança, e acima de tudo “SUAR SANGUE”, coisa que prometeram e que até agora ninguém viu.
Ainda não completamos um mês e duas competições foram jogadas fora. O paranaense e a Copa do Brasil. Isso representa menos dinheiro aos cofres do Coritiba, e com outras consequências financeiras ainda mais desastrosas, como debandada de sócios e desinteresse de novas adesões, uma das principais fontes de arrecadação do clube.
Aliás, falando em torcida, nunca vi a torcida do Coritiba tão conivente, tão passiva como agora.E olha que há tempos suporta esta condição de inferioridade, coisa que não lembro de ter visto em todos os meus anos de arquibancada. No mínimo estranho.
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