Arquibancada
Digo sempre que futebol virou um grande negócio. E como todo grande negócio, envolve interesses, muito dinheiro, vaidades, e mundos que ainda não tive o desprazer de habitar.
O subterrâneo deste mundo que em muitos casos alcança o inferno e que não me interessa, mas interessa a um grupo porque é dele que se alimentam, onde mora a vaidade e o dinheiro sujo que dá vida a estas vaidades, inveja que procura banir qualquer outra intenção que não seja a deles.
Muitos destes interesses se escodem nas redes sociais, e até em sites que não medem esforços para se manterem vivos.
Tenho me apresentado para tentar ajudar o clube, usando apenas o único meio de que disponho, que é o site COXAnautas como ferramenta. E isso já parece ser suficiente para que estas forças ocultas se manifestem. Então, temos mesmo uma força que não imaginava ter. Se incomodo, é porque faço algum "barulho". E é este BARULHO que nos move e nos leva adiante. E com ele me apresento aos amigos. Pega esta bandeira quem quer, ninguém está sendo obrigado a nada.
O momento talvez seja o pior possível para tratar deste tema e falar sobre o Coritiba... Mas talvez não seja bem assim. Se levar em conta os mais de 100 anos de história, o clube teve mais sucesso, já escritos e festejados por muitos Coxas-brancas.
Então, quem sabe seja a hora de começar a esmiuçar estes dias sombrios do século 21, onde os problemas predominam e ameaçam uma instituição que se não é a mesma, com seu histórico de glórias, mantém acesa a chama de uma enorme torcida ainda apaixonada. Tão grande e apaixonada que cria cisões e grupos novos se formam em defesa do que cada um julga o melhor para o Coritiba Foot Ball Club. Certos ou errados, para o bem ou para o mal.
A ideia não é debater e nem colocar mais lenha nesta fogueira. É apenas o ponto de vista de um jornalista e igualmente apaixonado, como todos os torcedores, que não apresenta um caminho para resolver os problemas, que colocam em risco a sobrevivência do Coritiba, mas usar esta oportunidade de expor o que vejo, vi e não desejo ver nos próximos anos.
Da primeira administração de Vilson Ribeiro de Andrade a Samir Namur estamos sendo expostos a problemas que até então eram desconhecidos. Um período de três presidentes, cada um com sua marca pessoal dentro do Coritiba. Para uns o marco de uma derrocada, para outros, os últimos suspiros de um paciente que já está em coma na UTI.
Ainda somos alimentados por uma paixão criada e fortalecida nos anos 60 e 70, que a nova geração de torcedores só ouviu falar e que conseguiu reviver em raros momentos, alternadamente nos anos 80, culminando com as vacas magras dos anos 90 e inicio dos anos 2000. Um período encerrado melancolicamente, na famosa canetada da CBF, em 1989, justamente quando o Coritiba teve seu último grande time, melhor que o de 85, quando alcançou a sua maior conquista, o brasileiro de futebol.
Estive por ali, um pouco mais perto, de 89 a 93, quando comecei este trabalho a convite do SBT, como o primeiro editor do TJ-Esportes e que me levou a outras tvs, terminando com a vinda de Galvão Bueno, na sua também curta passagem pela CNT, na época OM- Brasil. Um período que também me deu a honra de trabalhar com Lombardi Jr- que conheci antes em Presidente Prudente - Sicupira e outros. Foi um aprendizado.
Antes disso, fui um torcedor privilegiado, que teve a sorte de ter as portas abertas da profissão por um dos maiores ícones da imprensa esportiva, Dirceu Graeser.
Foi lá pelos anos de 75, quando Foguetinho e Josias Lacour já habitavam os estúdios da Rádio Clube. Eu, obcecado por rádio, passei a acompanhá-los em seus trabalhos pelos clubes da capital, com a permissão de Dirceu.
Era o que faltava para dali nunca mais sair. Participava junto com Edson Fink de um quadro dentro do Viva o Futebol, criado por Dirceu, chamado de “ O Papo das Torcidas”. Era um debate que “rolava na boa” com os nossos principais adversários, na época chamados de ETA – Esquadrão da Torcida Atleticana.
Acabei tomando outro caminho, por conta das participações na Rádio Clube. Dirceu me abriu a porta na Rádio Colombo, onde tudo começou de verdade. Foi o primeiro caminho dentro da profissão, mas longe do futebol. Lá tive a direção de Milton José, no prefixo de concessão de Ervin Bonkoski.
Lá se vão mais de 40 anos. Com muita rodagem, que depois de 93 habitou o mundo dos “frilas” com idas e vindas por tvs, produtoras de vídeo, sites de noticias, assessorias de imprensa, trabalhos fixos e muita escala em aeroportos deste Brasil. Do Rio Madeira, no norte, em Porto Velho, ao Rio Grande do Sul, rodando a free-way em vídeos institucionais.
Não foi a missão de escrever textos técnicos que me tirou ou diminuiu a paixão pelo Coxa. Adormeci, tentei esquecer coisas que vi neste período de relação próxima com o futebol, quando estive na porta destes "porões" que me refiro acima.
Provavelmente neste período de 89 a 93, o Coritiba já fazia o caminho de administrações amadoras, que foram se enraizando no Alto da Gloria e no CT da Graciosa, mas tudo ainda era muito velado.
O Coritiba foi fazendo o caminho da politica tradicional e empurrando seus problemas com a barriga. A cada administração, os grandes problemas foram sendo deixados para os próximos. A vaidade, também como na política foi sendo privilegiada e cada um dos presidentes, além da incapacidade administrativa, fazia do seu jeito, não levando em conta o futuro, a modernização do futebol, que hoje chamam de gestão, acabaram trazendo o Coritiba a este momento dramático de sua história.
Vemos hoje um clube como um mercadinho de bairro, colocando à venda produtos com prazo de validade vencida, alguns ou a maioria de segunda linha.
Existe saída para este Coritiba? Saberemos com os caminhos que vai tomar daqui pra frente. Creio na modernização, na gestão de negócios, que precisa ser aprendida pelos homens que comandam, que como seus pais ou avós contaram na brilhante história destes mais de 100 anos do clube. Agora, no século 21, ou o Coritiba se moderniza ou afunda de vez.
É o que acho. Não tenho e nem sei qual é a solução objetivamente. Quem sabe a partir de debates, achemos um caminho para levar as soluções a quem tem o poder.
A que preço isso tudo? O preço está na cobrança que nos fazem nas redes sociais e que tentam desconstruir. Desconstruir uma ideia que somente privilegia a instituição Coritiba Foot Ball Club.
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