Arquibancada
O primeiro grande teste em 2016 foi no meio da semana, contra o Inter, que também acabava de chegar de uma pré- temporada, mas em alto estilo, disputando um torneio nos Estados Unidos, com alguns clubes brasileiros de peso, e até com um ou dois europeus de respeito.
Enquanto isso, o Coritiba amargava e chamava atenção pelos resultados negativos com equipes de menor porte, de qualidade discutível, com um empate e uma derrota. Tá certo que há uma grande diferença entre jogo treino e partida oficial.
Então, a primeira partida oficial pode mesmo ser considerada a do meio de semana, na estreia da Liga, a chamada Copa Sul Minas- Rio. O que não muda muito as coisas, afinal, o resultado (não o da partida) mas da qualidade apresentada, parece ter ficado longe do que julgamos tolerável, pelo menos para dar um pouco de alento ao que sofremos nos 365 dias de 2015.
Hoje, contra o Cascavel, temos uma outra medida. Um adversário que provavelmente tenha o mesmo nível de Toledo e Foz, o que experimentamos na pré- temporada.
Um novo parâmetro, o do campeonato regional, que com certeza será inferior ao da Liga. Duas medidas para um começo de ano, e Gilson Kleina sinaliza entrar em campo com um time mais ousado do que tivemos em Porto Alegre. Menos marcação e mais ousadia na frente. Pudera, o jogo é em casa, e precisa tentar matar o adversário logo no início.
Mesmo com a certeza de que vamos experimentar o mesmo veneno que usamos contra o Inter, impossível não imaginar outro resultado que não seja a vitória. Nem a retranca prevista, jogando atrás, me convence como justificativa para um empate ou uma derrota.
Mas abro a conversa para uma visão além do Cascavel: jogar em casa contra equipe pequena é uma coisa, jogar em casa contra equipe grande é outra, mas precisa ser ousado com a mesma intensidade nos dois casos. Não pode ter um meio termo entre Cascavel e Inter. Sim, são dois times de qualidade diferente, mas nós é que não podemos ser diferentes em partidas dentro do Couto. Não pode haver uma terceira opção, para jogos grandes em casa. Em casa é ir pra cima, independente do adversário, aliás um dos grandes erros do ano passado.
É que as poucas variações, as poucas opções devem ser testadas agora, no começo de trabalho. Hoje é um bom momento para isso. Não temos elenco para invenções. Nem em qualidade nem em quantidade. No máximo Kleina consegue ser mais ousado, colocando mais um jogador de característica de ataque.
Hoje, deve ser promovida a estreia de Leandro, abrindo mão do 4-4-2, usado em Porto Alegre, para trabalhar com o 4-3-3, que na minha opinião deve ser a formação para todos os jogos em casa, pelo menos enquanto o plantel não ganhar novos reforços.
Um ataque com Leandro, Kleber e Negueba, pode funcionar com o Cascavel e precisa funcionar também contra qualquer outro, não temos alternativa. Caso contrário, não conseguiremos criar um padrão. Certamente, se a partida fosse contra o Inter, mesmo jogando no Couto, Gilson Kleina não usaria esta formação e é esta terceira opção que não temos condições de bancar.
As alternâncias de qualidade e variação de armação tática, jogando conforme o adversário, já nos coloca em situação de desvantagem. Além de não definir um padrão tático, ainda nos faz reviver a síndrome do vira-latas. Nos moldamos ao adversário conforme o seu padrão e perdemos o nosso padrão, o padrão que ainda nem adquirimos.
Prefiro muito mais as variações e alternâncias com opções no banco, com estilos diferenciados de atletas que podem mudar um jogo conforme o resultado da partida, e não sair com o time armado só de olho no adversário. Estou falando especificamente de jogos dentro de casa e de soluções que mostraram algum efeito com a entrada de Dudu, por exemplo, na partida contra o Inter. Zé Rafael também é outra opção e precisa ser testado.
Porque time em formação e com limitações é o que temos para o momento, mas por enquanto Gilson Kleina parece fazer o que pode com o que tem para o almoço e para o jantar. Precisa ficar claro que muitas vezes vamos jantar a sobra do almoço, quando não nos restar uma opção melhor. Do contrário, se achar que tem fartura e começar a inventar demais, o gás da cozinha vai acabar mais cedo e com isso ficaremos até sem o café da manhã.
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