Arquibancada
Digo sempre que politica e futebol andam de braços dados. Damos à política o mesmo tratamento passional que damos ao futebol.
A política guia vidas, deve cuidar de pessoas, decide caminhos de cidades, estados, das pessoas. Precisa distância da paixão, ser tratada de forma mais profissional.
O futebol não. O futebol sem paixão não tem graça. Se formou em torno dele, um mundo de profissionais que colocam mais fogo nesta paixão. O menos avisado, quando acordar já estará envolvido e jamais conseguirá abandoná-lo.
Esta máquina de ganhar dinheiro, de encantar multidões, já mostrou que também pode ser responsável por tragédias, desatinos, loucuras que destroem. Isso também tem a paixão como condutora. A mesma paixão que emociona, que faz chorar... é a mesma que sem controle pode fazer estragos.
Qualquer um de nós, mesmo os com poucos anos de vida no futebol, já viveu, ou pelo menos viu, vários destes sentimentos e cenas, às vezes até numa mesma partida.
Não há no mundo ninguém que hoje trabalhe de alguma forma com o futebol, e que não tenha primeiro tentado ser a estrela desta festa, tentando jogar bola. Nem que tenha sido de brincadeira, mas tentou pra ver se a coisa engrenava. Por várias razões, não deu. E para outros, uma pequena maioria, deu certo. Entre eles estão figuras inesquecíveis. No caso do Coritiba, pegaria três grandes ídolos de épocas diferentes: Fedato, Kruguer e Alex, que já entraram para a história do clube.
Vivemos como planetas em volta do sol. Nos acomodamos onde dá e vamos nos aquecendo, nos alimentando do seu calor. A futebol foi nos ajeitando, arrumando espaço para todos, mesmo quando oferece apenas uma arquibancada mal enjambrada.
O maior esporte do mundo tem um coração enorme, onde todos cabem. Jogadores, dirigentes, vários profissionais de muitas áreas, mas todos principalmente são torcedores. Todos apaixonados loucamente por ele. Por isso nos desentendemos, discutimos, brigamos ...
Escolhemos um clube. Cada um com sua história. Por isso temos uma paixão em comum por um clube de futebol. Histórias iguais, mas com paixões diferentes, com entendimentos diferentes. Porque um clube de futebol nasce com um estatuto que pede uma hierarquia e na ponta dela estão as pessoas que determinam o futuro da nossa paixão. É aí que mora a discussão.
O fato é que teremos sempre as mesmas cores. Sentaremos na mesma arquibancada para torcer. É quando ficamos iguais. Ninguém melhor que ninguém. Continuaremos sendo individuais e pensaremos diferente, mas torcendo pela mesma paixão.
Como disse Bacellar, acabou Coxa Maior, acabou Coritiba, nós construímos. Agora é CORITIBA UNIDO!
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)