Arquibancada
O Coritiba em dois ou até três times ou seleções. O meu Coritiba é aquele dividido em três ou até quatro, dos anos 60 e 70. Tem os outros, o Coritiba dos anos 80, de uma geração mais nova, com um título nacional e o time de 89, que se não tivesse sofrido a canetada da CBF, seguramente chegaria nas cabeças daquele brasileiro... quem sabe até bicampeão brasileiro.
Tem também os times mais recentes, dos anos 90, que tiveram alguns nomes em destaque e Cleber Arado como grande craque deste período, que parece ganhar a preferência de muitos que não titubeiam em eleger Cleber como o melhor de todos os tempos. Tem quem torce o nariz pra Cleber, preferindo outros nomes, como Tostão, também de outra geração. Os dois e tantos outros craques, muito importantes, que ajudaram a construir esta história Coxa, mas que na minha seleção ficariam de fora. No meu time, por exemplo, não teria lugar nem para Cleber e nem para Tostão.
A história Coxa é tão grande que é mesmo difícil eleger o melhor time ou o craque destes mais de 100 anos. Afinal, é um centenário, muitas gerações, vistas com muitos olhos, em épocas diferentes, com outro futebol.
Talvez por isso os torcedores mais velhos levem alguma vantagem, enquanto as gerações mais recentes, viram menos, com referências diferentes, numa época também diferente, com muitas mudanças no mundo do futebol, que deixou o romantismo de lado, para ser mais business. E isso mudou tudo, inclusive na formação dos atletas e nas suas valências.
A ideia não é eleger o melhor, ou buscar quem foi ou quem viu o melhor time montado pelo Coritiba, mas talvez tentar chegar a uma seleção da história Coxa, nestes mais de 100 anos de Coritiba.
Krueger está lá, devidamente homenageado com a estátua, que conta boa parte desta história, sendo não só destaque como jogador, mas como funcionário do clube, já há mais de 50 anos com serviços prestados ao Coritiba.
A proposta que fiz aos dirigentes, ainda próximo da data do centenário, motivado pela ideia de um amigo, o Chico, mas que não foi comprada nem por Bacellar e nem por seus antecessores. Lá se vão 10 anos e isso não andou. No começo se interessaram, me chamaram para reuniões, conversamos, mas infelizmente a coisa não foi pra frente.
A ideia era uma promoção onde cada torcedor receberia no Couto numa cédula para votação onde pudesse exercer num epaço qualquer os craques de sua preferência, do goleiro ao último atacante, como se dizia antigamente - do 1 ao 11.
Ainda dá. Pode ser uma promoção pensada e organizada com alguns ingredientes, com alguma premiação, como por exemplo ingresso para jogos, uma camisa, um dia no CT, quem sabe até um painel plotado, em uma área nobre do estádio, elegendo a seleção mais próxima do ideal, escolhida por ilustres torcedores COXA, com alguma participação de cronistas esportivos ou de pessoas ligadas à história do Coritiba, como Marianinho, Carneiro Neto, Eduvaldo Brasil, gente como Kruger, Edson Mauad, Joel Malucelli, Dr Hipólito, com ex-atletas, como Claudio Marques, Hidalgo e tantos outros ainda vivos que fizeram parte desta história. Gente que necessariamente tenha contribuído de alguma forma, com o clube, ajudando a contar parte destes 110 anos.
Enquanto não nos dão um time de verdade para torcer, quem sabe brincar de montar times, com os craques que já tivemos, desperte um nível de exigência que existe na torcida.
Segue na sequência a primeira seleção, feita pelo amigo Chico, autor da ideia, que receberia o nome de a Seleção do Centenário: Rafael, Hermes, Fedato, Heraldo e Nilo, Hidalgo, Miltinho e Alex, Lela, Kruger e Zé Roberto.
Na minha seleção, trocaria Lela por Passarinho e Rafael por Célio. De resto, manteria a proposta do amigo Chico, quem sabe tirando Heraldo e colocando Bequinha, ou Oberdan. É difícil. No meio ainda falta Leocádio, Dirceu... enfim, tantos outros craques que ajudaram a contar esta história.
O que acham da brincadeira? Pode não ser a sua seleção, mas é no mínimo um time de respeito. A sua seleção, qual seria?
Quem sabe a gente consiga um movimento para fazer estas ideias andarem, com um único objetivo de preservar e alimentar no torcedor, a história do Coritiba. Porque é o que temos para o momento.
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