Arquibancada
Hoje, nem que queira, isso é possível. Cansei de ver treino no retão da Maúa, em baixo ou em cima. Matava aula pra fazer isso. Eu e uma porção de torcedores. Formávamos um batalhão de tietes e cornetas de todos os treinos, de todos os dias. Cheguei a perder um ano letivo por causa do Coritiba. Treino coletivo era digno de pagar ingresso. Não só porque era disputado, mas pela qualidade. O nível era muito alto.
Teve dia que troquei de lado, por causa da chuva me refugiando debaixo das sociais. Também teve dia de ser o único torcedor na arquibancada. Neste dia fui buscar a bola que foi parar nas arquibancadas para devolve-la ao gramado. Aquilo foi realizador. Ouvir o “valeu garoto", de Hermes ou Pescuma, Krueger. Levava aquele agradecimento pra casa, como troféu. Coisa de criança, ou de quem não tinha nada pra fazer.
Estar com o Coritiba, no Coritiba, era a mais importante das coisas que eu tinha pra fazer naqueles dias, no fim dos anos 60, início dos 70, quando me deram asas e me deixavam perambular pela cidade.
Terminado o treino, ia pra rua, na Mauá, pra ver a saída. Naquela época não havia estacionamento e o quarteirão era todo tomado pelos carros dos atletas e equipe técnica.
Os Cts tiraram esta magia da relação próxima entre torcedor e clube. Muros nos separam.
Seria chato me lamentar da falta que faz um futebol que não existe mais, mas é do que carece o futebol de hoje, com todo o profissionalismo conquistado e que o colocou num patamar muito alto e que precisa ser mantido e sempre melhorado, mas o futebol mudou porque vivemos dias diferentes, mas ainda vive em muitos torcedores, especialmente os da minha época - uma história que faz falta e que ficou tatuada na gente.
Hoje com a Pandemia, nem nos jogos podemos ir mais. A única relação é com a televisão e mesmo assim só quem pode se dar ao luxo de ter tv a cabo. As entrevistas que também foram profissionalizadas, antes feitas no vestiário, agora ocupam salas especiais, em coletivas que mais perecem estúdios de tv e rádio, com cuidados até acústicos.
Há um ano a pandemia nos coloca diante de um novo comportamento neste quadro antissocial, com cada um na sua casa, mas juntos pela internet que nos aproxima em lives feitas de qualquer lugar do mundo. Onde houver uma máquina e sinal de internet, lá estará alguém levando informação. De qualquer celular ou notbook temos acesso à informação.
Foi assim que Marcelo Carneiro, Ricardo Honório e Rogério Scarione, nos colocaram de volta para dentro do Coritiba, além de seus muros.
Desta vez para conhecer o novo Coritiba de Renato Follador, em entrevista com o diretor Executivo, José Carlos Brunoro, num bate- papo pra lá de informativo e descontraído.
Obrigado pelo privilégio de fazer parte deste time e pelas informações que trouxeram ao torcedor, já há anos, a marca do site e da Tv COXAnautas.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)