Arquibancada
Menos de um mês para o início do Brasileiro e o Coritiba nesta draga que dá dó de ver.
Time incerto, problemas antigos, torcida infeliz, grupos de contestadores surgindo a cada apresentação do time. Enquanto isso, dirigentes repetem o comportamento de sempre, fazendo de conta que os insucessos seguidos fazem parte da rotina do futebol e a vida segue, na velha e cansativa rotina.
Não é a primeira vez que admitem terem deixado a desejar. Não é a primeira vez que se desculpam por mais uma péssima partida num momento decisivo, como também não é a primeira vez que apelam pra torcida, para fazer a diferença na partida decisiva de domingo, onde será preciso vencer no mínimo por dois gols de diferença, ou encarar uma decisão nos pênaltis.
Os velhos pedidos, a mesma choradeira de sempre, com as mesmas conversas há cansativos e longos 5 anos. A mesma ladainha, sem que algo mude ou pelo menos seja dado um sinal de melhora, um quadro de recuperação, com uma pequena indicação de dias melhores.
O torcedor que já sumiu, mais adiante pode sumir por inteiro, sem deixar pista para não ser mais encontrado. Mas nem assim, os detentores do poder se sensibilizam, e nada muda no Alto da Glória.
Me insiro no grupo dos que não sabem mais para onde correr. Já acreditei não devendo acreditar, já me lamentei, esperneei, desisti, voltei, me associei, me desvinculei... tudo em nome e levando sempre em conta o amor pelo clube. Um amor não correspondido neste últimos anos.
Me sinto enganado, infantil muitas vezes, tentando esquecer os maus momentos, relevando, tentando achar um rabo pra se agarrar e acreditar que ainda temos forças para sair desta triste situação que criaram em torno do nosso clube. Tudo em nome deste amor que não tenho de volta, sem reciprocidade nenhuma.
Agora, mais uma vez pedem a minha presença e de meus companheiros de sofrimento, para ajudar o time, gritando, berrando, me doando mais uma vez em nome deste amor que temos pelo Coritiba. A esta altura, isso chega a ser até ofensivo. Subestimam a minha inteligência com mais um pedido destes.
Cheguei a me sensibilizar com a recente campanha colocada na mídia: "O Coritiba precisa de você". Me penitenciei, voltei... Mais uma vez sei que fui enganado. Pedem ajuda, mas não dão nada em troca, pelo contrário, fazem o caminho inverso. Espantam ainda mais o torcedor. Agora voltam a pedir o mesmo apoio dado tantas e tantas vezes, mas nunca com reciprocidade. Estão brincando com a torcida. Desrespeitam a inteligência da torcida.
Cada um faz o que quer, é verdade, mas o meu apoio será dado apenas em nome das cores, da camisa, da bandeira, da instituição, não a este grupo de dirigentes e nem a este grupo de funcionários do departamento de futebol.
No domingo, mesmo que alcance a vitória e classificação à final, será um feito que considero nada mais do que obrigação deste time que montaram. é o mínimo que se espera e que em outras oportunidades já mostraram que não são capazes de fazer nem este mínimo.
Quem sabe consigo admitir que as coisas serão diferentes se trouxerem reforços para o brasileiro e vencerem a final do paranaense, mas com autoridade. Do contrário, será difícil me ver pelo Couto Pereira, me solidarizando com o que estão me oferecendo.
Me recolho mais uma vez. Agora em nome do respeito e do amor que ainda consigo guardar aqui dentro, pelo Coritiba. Ainda prefiro acreditar que não serão estes "pequenos" administradores que vão apagar esta relação bonita que tenho com o clube.
Me recuso em aceitar estas condições que me oferecem.
Acredito que as coisas vão melhorar. Esta gente terá o fim dos seus dias no Alto da Glória e viveremos tempos de prosperidade, competência e alegrias. Preciso acreditar nisso. Mas sei que com esta gente que lá está, isso não será possível.
Ainda que não exista este sinal, quero acreditar e esperar pelas eleições do final de ano e torcer pelo surgimento de um salvador da pátria.
Acreditar em milagre. É o que temos para o momento. Sim, milagre, porque competência, desprendimento, trabalhar pra ver o Coritiba crescer, não parece ser o forte deles.
O tobogã que nos colocaram, com altos e baixos, muito mais baixos do que altos, acaba desgastando e já anda por caminhos perigosos, podendo não ter mais volta, se as coisas não mudarem até o final do ano.
Falo por mim e por muitos com os quais tenho convivido.
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