Arquibancada
Estava aqui tentando lembrar há quanto não escrevia com esta sensação de alívio? Diante desta situação que se repete como em anos anteriores, mais parecemos um banco de obcecados, com esta briga neurótica pela fuga do rebaixamento. Concluo que foi no ano passado, na vitória sobre o São Paulo, naquela partida memorável de Joel, com dois gols , um deles que acabou com a comemoração com um salto dentro do túnel do vestiário visitante. Na sequência o time engatou, e selou a fuga até em melhores condições do que era possível prever na época. Fizemos a última partida no Couto Pereira, com casa cheia, par se despedir de Alex.
Pois é, parece surgir um novo Joel. Parece que cabe a Henrique este papel do camaronês, em 2015. Com gols decisivos, em partidas de placar magro, de gol em gol Henrique Almeida vai desencantando e fazendo o que até aqui nenhum outro centroavante ainda tinha feito.
Os mais otimistas comemoram, os pessimistas, mais cautelosos preferem manter reservas nas comemorações, lembrando a campanha do time até aqui.
É verdade que não tem como não sentir o alívio, mas é mesmo conveniente e prudente manter algumas reservas. Não só pelo que fez até agora no brasileiro, mas principalmente porque apenas temos a comemorar finalmente a saída da zona de rebaixamento, o que convenhamos, é algo mesmo para ser comemorado, mas que passa longe das pretensões da torcida.
Mas confesso, faço parte do time que torceria para que a CBF decretasse o fim deste campeonato, já nesta semana, sem que fosse preciso o jogo contra o Fluminense. O Campeonato podia terminar aqui, não é?
Falando sério. Me convencem muito mais os números mais recentes que nos colocam na sexta partida sem derrota e a quinta consecutiva sem tomar gol. Números que sem dúvida, nem de longe lembram aquele time do desastrado primeiro turno.
Ainda é preciso levar em conta um outro fator que andou longe do Alto da Glória até semanas atrás, a sorte. Lembro que em muitas partidas o time até joga razoavelmente e mesmo assim, ou amargava empate no Couto, ou voltava pra casa reclamando de falta de sorte. Quantas vezes Ney Franco não usou o mesmo argumento em suas coletivas, depois de vários insucessos?
Nas últimas rodadas a sorte parece ter nos dado uma canja. Sorte ou competência, sei lá. No meio da semana não perdemos para o Sport por competência de Wilson ou sorte? Hoje, por incompetência do Avaí, sorte ou competência mais uma vez do nosso goleiro? Não importa, vale mesmo que as chances do Avaí não entraram. É disso que estou falando. A sorte que passava de ônibus lá na Amâncio Moro e virava a cara, olhando pra Igreja. Hoje não, esteve conosco no primeiro tempo. Já no segundo tempo, o Coritiba jogou pra vencer e fez uma bela partida, pelo menos jogando para o gasto.
Méritos também ao treinador Ney Franco que acertou nas substituições, finalmente. A saída de Thiago Lopes e Gilherme Parede, trocados por Marcos Aurélio e Thiago Galhardo, mudaram o time (desta vez para melhor). É que em outras oportunidades o treinador inventou em algumas substituições e acabou superpovoando o ataque, abrindo mão da criação de meio campo, deixando enormes buracos entre setores, trocando meias por atacantes.
Enfim, foram quase 100 dias com 18 rodadas de sofrimento, que espero não voltem mais.
Que seja o início de um campeonato a altura do que merece a torcida do Coritiba.
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