Arquibancada
Samir ao centro, Paulo Pelaipe à direita do comandante e à esquerda o motivo da reunião, Argel Fucks.
Na apresentação, Argel não foi além do que se esperava. Como todo treinador recém chegado, fez o que todos fazem. Passar a mão na cabeça do elenco e da torcida, para ganhar confiança e com um discurso positivo, enaltecer a história do clube, com um leve escorregão ao se referir ao título brasileiro de 85, não sabendo dizer exatamente a data certa da conquista, embora tenha arriscado traçar o perfil daquele time porque disse que vive futebol 24 horas por dia.
Bastante confortável respondendo sem medo a todas as questões, muitas vezes as mesmas perguntas de uma imprensa sem muita criatividade ou ousadia, o novo treinador pareceu muito à vontade porque sabe que se por acaso a “máquina” andar ou pelo menos ficar minimamente azeitada, já terá feito algo. Se nada conseguir, não será cobrado porque todos sabem o poder de fogo de ambos: do treinador e do próprio time. As cobranças já foram feitas e perdem um pouco de força a partir de agora, porque a própria coletiva foi em tom de última cartada de Samir e seu G5.
Aliás, me parece que se alguém tem algo pra ganhar nesta relação, é o próprio Argel, que se mostrou um pouco deslumbrado ao finalmente conseguir chegar ao Coritiba, segundo ele um sonho e um namoro antigo. Um grande clube, mas agora com um pequeno time para colocar em seu currículo. A varinha de condão que o treinador vai usar também parece ser a aposta dos anteriores que por aqui passaram: acreditar que sob novo comando, aprendam a fazer o que até agora não fizeram. Argel conhece quase todos os atletas que tem para trabalhar e durante a coletiva até se referiu a muitos deles como bons jogadores.
Ao lado de Samir, como disse um amigo, Pelaipe que entrou mudo e saiu calado, com cara de quem não sabia exatamente porque foi chamado para ali estar ou que foi tirado da cama para acompanhar seu comandante e o novo comandado.
Ao centro, Samir que em seu tom professoral, justificou e admitiu erros no departamento de futebol, mas enalteceu seu plano de metas como ajuste nas finanças, a marca própria, reformas no Couto, profissionalismo na base e todo seu histórico de trabalho em 9 meses, que para a torcida de nada vale se não tem time para torcer. Samir não explicou e fugiu das revelações que fez Tcheco ao se despedir como treinador, alegando ambiente pesado, má vontade de alguns atletas e até intromissão no departamento e futebol, de quem não deveria passar a porta do Conselho.
Quanto a Argel, seu naufrágio ou redenção no Coritiba, já poderá ser avaliado, segundo ele mesmo, nas próximas 3 rodadas.
Em outras palavras, com apenas 3 dias para trabalhar, volta dando pulos de alegria se conseguir uma vitória na próxima rodada. O que pode abrir caminho para vencer Juventude e Avaí na sequência. Sonho de recém chegado e pesadelo de uma torcida inteira.
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