Arquibancada
Deixando de lado culpas, acertos e desacertos, fico aqui tentando imaginar o que deve estar passando pela cabeça de Marcelo Oliveira num momento tão delicado como o de agora. Com uma semana para fazer mágica, vou um pouco mais longe e me coloco no lugar dele, imaginando o que possa propor de diferente para esta última rodada em Chapecó.
Parece que primeiro é preciso levar em conta todas as dificuldades que o time tem. É limitado, não há mais de onde tirar invenções, não há peças que não tenham sido aproveitadas, não há caminho, nem de fé ou psicológico que aponte uma saída. O time é fraco mental e tecnicamente. Incapaz de andar sozinho, se não tiver uma ajuda externa, do “sobrenatural de almeida”.
Não há duvida que só um milagre, como disse Ricardo Honório -o “Milagre de Chapecó”! O próprio Honório, nas projeções que fizemos em programas anteriores da Tv- COXAnautas, lembrava que se na última rodada houvesse ainda o risco de queda, que então a Chapecoense lembrasse da solidariedade aqui manifestada naquele trágico acidente matando o time todo em disputa pela sul-americana, que por sinal hoje completa um ano.
Sabemos que nada disso deve ser levado em conta. A sorte que nos rondou e ajudou em rodadas recentes, acaba de mudar de endereço e nos deixou falando sozinhos, sem ter com quem contar, sem ter para onde correr. Como acreditar num time como o este do Coritiba? Como achar que ainda é possível, se mais uma vez quem joga é só a torcida, quando é necessário que em campo seja feito pelo menos o mínimo necessário?
Retomando o raciocínio do início do texto, imagino que tendo o caráter que tem, Marcelo Oliveira tenha noites e noites de insônia, quebrando a cabeça. No caso dele sem peças de encaixe, porque não resta mesmo muita coisa para ser feita. Assim como ele, teremos mais uma semana de agonia. A última rodada entra na contagem regressiva a partir de hoje, sem que possamos contar com o time que nos representa.
Me assusta neste exercício de projeções, as surpresas que nosso treinador possa apostar, mais uma vez por absoluta falta do que fazer: Kleber me parece ter volta assegurada. O alemão e Daniel também parecem ser um caminho a ser levado muito em conta. Mas me assusta quando lembro que ainda temos Anderson, afastado, mas que ainda está disponível e é funcionário do clube. Se até Dodô andou sendo escalado como meia, porque não admitir a volta de Anderson. Afinal, é tudo para salvar ou matar de vez o Coritiba. Não dirão que pelo menos tentaram.
Sim, meus caros! Sinal do mais puro desespero contar com soluções que nunca foram solução. Entramos numa semana onde nem o nosso estoque de fé existe mais. Acabou neste domingo, onde os mesmos erros insistem em se repetir, sem que seja possível imaginar algo melhor para a rodada de encerramento, mesmo que ainda dependemos apenas de nós mesmos. E é aí que mora o nosso maior problema: Nunca acreditamos em nós... agora nem mais em milagres.
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