Arquibancada
O maior indicativo de crise em um clube de futebol, parece ser quando o assunto principal é o administrativo e não mais a bola. No Coritiba, há anos os bastidores da politica interna ganha destaque, se sobrepondo ao futebol. Não apenas entre nós, mas entre grande parte da imprensa, que em muitos casos abre mão da informação para destacar o bate chapa, mesmo que não tenha eleição.
Na edição desta quinta-feira, em alguns sites de notícias, a principal notícia sobre o Coxa é o novo bate chapa entre Bacellar e Vilson de Andrade, como se ainda estivéssemos vivendo tempos de eleição. Ou estamos? O Coritiba vive tão intensamente sua política interna, que muitos meses antes das próximas eleições, já promove um novo confronto entre as partes interessadas. Pena que isso prevaleça sobre o futebol. E mais uma vez confrontando opiniões - as mesmas de dois anos atrás – quando os dois, Becellar e Vilson, falavam do endividamento do clube.
O assunto volta com novas acusações, nada além disso. Só que de novo os veículos de comunicação tiram proveito da situação. E se prestam mais uma vez a serviço da fofoca, requentando um assunto já bastante batido, sem que ainda nos traga fatos, aliás, prejudicando o já pobre futebol paranaense com este tratamento.
Mais uma vez, apenas recuperam um mesmo assunto de dois anos atrás, um tema polêmico, antecipando o que deve ser tema só para as próximas eleições do clube, previstas só para o ano que vem. O que me faz acreditar em segundas intenções. Ou pelo menos com alguém já de olho em tumultuar ainda mais a vida política do clube que convenhamos, já anda suficientemente tumultuada desde que caiu em mãos de Bacellar e seus seguidores.
Além de recuperar um tema já cansado, não traz uma investigação mais profunda, que finalmente elucide o caso. Não há fato novo. Confronta balanços que podem facilmente ser contestados.
Na verdade, nós torcedores, somos os únicos responsáveis por isso, porque oferecemos munição ao inimigo. Somos um clube de futebol e não um órgão ou partido político. Então que ofereçamos finalmente nosso produto que é o futebol, não acham? Discordâncias e confrontos políticos, só em tempos de eleição, agora não é o momento. Com um pouco de sensibilidade, é possível perceber que nosso clubes precisam ser preservados e não ajudar a criar confrontos internos que desestabilizam ainda mais o já fraco futebol paranaense.
Em algum momento deixaremos de nos lamentar e voltaremos ao normal, espero eu. Voltando a ser uma torcida que fala de futebol e não mais de problemas da política administrativa.
Curioso, né? Nos transformamos numa torcida que mais fala dos bastidores, dos seus dirigentes do que de futebol. Quem sabe um dia isso mude e a gente volte a ter futebol dentro de um clube de futebol.
Tem gente nova na praça e poucos se manifestaram sobre o assunto. São três pelo menos: Sobre Kazim, o turco/inglês, apenas nesta quinta o clube decide apresentá-lo. O novo atacante, considerado por dirigentes a maior contratação dos últimos meses, ainda não ganhou um tratamento a altura do que julga ser merecedor o Coritiba. De qualquer forma, antes tarde e o cara finalmente foi apresentado. Boa sorte Kazim! Esperamos muito de você.
Ainda transita em tom de boato o interesse do clube por Luiz Fabiano, este sim, uma grande contratação, o que seria um alento ao ataque pouco inspirado dos últimos jogos. Tá certo que Luiz Fabiano não é mais um menino e seu temperamento explosivo pode ser um tiro no pé, mas tá mais para solução do que problema. Pena, por enquanto é só boato, mas acho que cairia como uma luva para muitos dos nossos problemas.
Também o nome de Milton Cruz, ex-dirigente são-paulino aparece como nome para comandar o departamento de futebol Coxa.
Enfim, produzimos notícias e boatos, às vezes um fato ou outro, mas ainda conseguimos falar de futebol.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)