Arquibancada
Como de costume, a diretoria Coxa nos coloca a pensar mais uma vez e em menos de 48 horas, já nos traz de bandeja mais um prato frio servido sem tempero, sem sal, azedo, com prazo de validade vencida e infelizmente, mais uma vez, os fatos e conclusões não são as melhores.
Se superando a cada semana, o G 5 de Becellar se tornou uma usina de fatos dantescos, escabrosos, escandalosos, bisonhos, bizarros e tristes, só porque envolvem o Coritiba. Se estivessem sozinhos seria divertido e digno de cinema.
Já me perdi na conta destes acontecimentos que já se incorporaram à nossa rotina, e que nos coloca tentando entender e discutindo com vocês as pisadas de bola, desta turma que cada vez mais afunda o Coritiba neste mar de incompetência instalado nos gabinetes do Alto da Glória há dois anos.
O “Caso Ceará” oferece muita reflexão sobre alguns pontos, já bem suspeitos e que para muitos é apenas a confirmação do que se supunha.
Quando escrevi a coluna anterior, nem de longe imaginava que isso tudo poderia ter os desdobramentos que teve, o que confirma a usina de fatos que se transformou o tal do G 5.
A ida do lateral para o Inter, não só mostra o tamanho que temos no cenário nacional, como a confusão que virou o Coritiba.
A grande questão nesta história está em por que Ceará, líder do time, tido como uma das grandes contratações do Coxa na temporada, capitão, serve para o Coritiba com todos estes predicados, e sequer é aprovado no exame médico no Internacional? Porque aqui é tudo isso, e lá é considerado inapto à prática do futebol?
Na noite de ontem, depois que a confusão ganhou o noticiário esportivo, a diretoria Coxa se viu obrigada a publicar, na página do Clube, uma nota tentando explicar o caso. Entre alguns argumentos apresentados, com um texto de poucos parágrafos, diz que depois de tratamento, o atleta estava liberado pelo departamento médico do Coritiba.
Oras, então alguém avaliou mal. Claro que alguém errou nesta avaliação. Ou os médicos do Inter ou os médicos do Coritiba. Isto é um fato impossível de ser nagado. Como havia interesse do Inter, não teriam porque denegrir a imagem do jogador. Algum problema acharam no atleta. Mesmo que a gente leve em conta toda a limitação que conhecemos de Ceará, que ainda não tinha correspondido e estava longe de ser o líder e o lateral que o trouxe para cá, quando veio do Cruzeiro, inclusive já com histórico de assíduo frequentador do departamento médico do Cruzeiro. Não não é possível admitir que o Inter misteriosamente tenha desistido do negócio, só porque não gostou da cor dos olhos de Ceará. Algo tem, alguém está avaliando mal.
Pra mim está claro que Ceará veio pro Coritiba no começo do ano, em mais uma aposta de recuperação, como todas as outras que vieram. Ceará chegou aqui com uma lesão mais séria? Não sei. Sei, e não é novidade pra ninguém que Ceará mais frequentou o departamento médico do que o campo de jogo ou de treino. Esconderam do Inter uma lesão mais seria de Ceará? Também não sei. Isso passa a ser um problema da dignidade que a partir deste momento, é do jogador, Inter e dirigentes do Coritiba, que infelizmente mais uma vez coloca o nome da instituição em mais uma negociação no mínimo estranha e mal explicada.
Ceará não deixará saudades e nem fará falta, como já disse em coluna anterior. O caso só serve para mais uma vez mostrar a incompetência e a falta de critérios do Coritiba para contratar. Sim, porque por mais inteiro que estivesse quando chegou, mesmo que não estivesse machucado, Ceará veio no início da temporada como a grande contratação, festejado como foi na época. E agora, na primeira oferta, vai embora, com o time caindo pela tabela, literalmente.
Vale mais uma vez a reflexão: por que Ceará servia aqui com todo este glamour, com todos os predicados de líder de grupo, capitão e titular absoluto, e no Inter é reprovado na peneira do exame médico de admissão?
Pensei em deixar pra lá mais esta história, afinal é mais uma entre tantas produzidas por esta diretoria, que cada vez mais afunda o Coritiba neste mar de lama. Mas não dá pra ver isso e se calar. É preciso bater e cobrar. Vou continuar gritando.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)