Arquibancada
Claro que não compactuo com a violência, em nenhuma circunstância. A violência é o fim de argumento ou a falta dele, o desiquilíbrio, a falta de informação, o fim da linha. Mas também não entendo que pichar muro seja uma agressão, uma violência. É na verdade um desrespeito ao proprietário que o mantém limpo, quando pichado ou grafitado sem autorização. Mas convenhamos, diante de toda a violência vista no futebol, reclamar do atual estado de coisas no Coritiba, com uma pequena pichação das paredes do Couto Pereira, acaba sendo muito pouco.
Já estava até preocupado com a falta de manifestação da torcida Coxa, diante de tais acontecimentos dentro de campo. A calmaria que reina no Coritiba há anos e se estende pelas arquibancadas este ano, com alguns pequenos grupos de torcedores apenas vaiando o time, parece o principal sintoma que a falta de interesse dos atletas e dirigentes, contaminou a torcida.
Alguns torcedores são capazes de se manifestar pelas redes sociais, xingando jogador, até com ofensas racistas, mas são incapazes de reclamar mais organizadamente contra um estado de coisas, que deveriam virar bandeira de oposição dentro do clube.
E assim segue o Coritiba rumo ao abismo. Aqui faço uso de uma frase usada por um amigo quando se refere a atual situação do país - “O Brasil é o único país onde a Idade Média veio depois da Renascença”. No Coritiba estamos assim, vivemos primeiro a renascença para agora viver o idade média. Renascemos algumas vezes, especialmente depois da tragédia de dezembro de 2009, mas com Bacellar, voltamos a andar para trás.
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