Arquibancada
Assumindo a incompetência administrativa, Vilsão lembra o papel do moleque que quebrou a vidraça do vizinho, mas como última tentativa de tentar se safar da surra em casa, diz que foi sem querer.
Assim o senhor nos deixa muito pouco para conversar, presidente. Subestima a minha inteligência e de todos os torcedores. Ou o senhor não sabia que administrar um clube de futebol é bem diferente que a administração de um banco ou de uma casa? A expressão pilotar com a ponta dos dedos parece ser bem apropriada para isso. O trabalho é tenso e exige muito mais do que o senhor poderia supor, não é?
Me intriga parte da entrevista coletiva dada na sexta-feira, quando o senhor assume a culpa pelo insucesso do Coritiba nesta temporada. Em certo momento o senhor diz que foi erro estratégico, de planejamento, e que este planejamento precisou de ajustes no meio do caminho. O senhor diz literalmente que ajustar com o campeonato em andamento torna as coisas difíceis.
Se bem me lembro, os erros começaram ano passado, ou antes, quando Ximenes comandou o Coritiba livremente, fazendo o que quis com o departamento de futebol. Este time, com estas peças, foi o senhor que trouxe ainda este ano, com outro comando na direção do departamento de futebol, mas todos dentro de uma linha de trabalho usada nos tempos de Ximenes.
Não sei se o senhor sabe, mas todos nós já sabíamos que as coisas estavam fora de prumo desde o paranaense. O início do brasileiro foi pior. Com a pausa para a copa demos uma trégua. O senhor também, quando deveria estar trabalhando para arrumar a casa, foi fazer politica em benefício próprio, com a Seleção Brasileira, com aquele cargo de aspone.
Caro presidente Vilson, seus problemas não surgiram agora e o senhor sabe disso. O papel do mea- culpa não cabe agora, aliás, não cabe mais em momento algum.
Em plena turbulência me espanta esta sua frieza. O senhor parece calcular cada passo, cada momento, apenas para se livrar ao máximo das cobranças que vão engrossar assim que as coisas ficarem piores. O senhor colocou o Coritiba nesta fria. O senhor e as pessoas que trabalham sob seu comando.
O senhor sabe que a tarefa de escapar do rebaixamento é quase impossível, diante das limitações que o elenco tem. O seu silêncio dos últimos meses, sem que nada fosse dito quando todos lhe cobravam, foi irritante.
Com salários atrasados o departamento de futebol pegando fogo e o senhor como Nero, assistindo Roma se incendiar, sentado confortavelmente em seu setor pro-tork, chegou a ser patético, meu caro presidente.
Durante meses o senhor apenas se ofereceu para falar sobre o tal do setor pro-tork, coisa de irritar qualquer um. E, agora, neste momento, o senhor reaparece, como se tivesse chegando agora. Espero que não seja para entregar a chave ao roupeiro e pedir que o último apague a luz. Prefiro acreditar que o senhor tem um plano “b” para salvar o Coritiba do rebaixamento. Ou não?
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)