Arquibancada
A supremacia do futebol carioca, mineiro, paulista e gaúcho sobre nós, confesso, me dá uma ponta bem grande de inveja. É verdade que um atletiba será sempre o nosso principal clássico e nada no futebol será mais importante que o Coritiba. Costumo dizer que sou mais Coxa que Seleção Brasileira. Me importo mais com as coisas do Coritiba, do que com a seleção. Isso não é de agora, sempre foi assim. Mesmo em tempos de Copa do Mundo, o meu entusiasmo com a seleção não é o mesmo que tenho com o Coritiba.
Como muitos de vocês, sonho em ver uma final destas, promovida pelo futebol mineiro, na Copa do Brasil, entre o Coritiba e Atlético. Também sonho em ver o Coritiba jogando como jogou o Atlético Mineiro nesta partida decisiva, contra o Flamengo. Confesso que assistindo ao jogo, cheguei a pensar que aquela garra seria suficiente para nos tirar desta situação desesperadora que estamos. Quando o Galo chegou ao terceiro gol, pensei - assim que gostaria de ver o Coritiba contra o Fluminense, no sábado. Não ficaria dúvida sobre o resultado que o Coritiba tanto precisa.
A qualidade do futebol desta partida entre Atlético MG e Flamengo, até nem foi assim anos luz do que o Coxa anda mostrando, mas aquela garra, sim. Aquilo vem da alma daqueles caras e é tão forte, que chega a ser determinante. A garra que começa nas arquibancadas, com o "eu acredito” e contagia dentro de campo. A torcida alviverde já fez isso muitas vezes, ainda neste campeonato outras tantas. Acreditou como ninguém... e continua acreditando.
O futebol mineiro joga e aplica o melhor futebol do Brasil, no momento. Por isso está na decisão. Um chegando ao seu quarto título brasileiro, e o outro ainda briga pelo G4. Organização e profissionalismo é a receita.
Enquanto isso, nossa festa - se houver- será se conseguirmos nos manter na primeira divisão. São realidades bem diferentes e que mesmo assim nos motivam neste mundo estranho do futebol.
Lembro que desde criança, quando me apresentaram o futebol, a gente era estimulado a ter um clube em outros estados. Na época já sofríamos do complexo de vira-latas. Também, pudera : período de Pelé, Tostão, Rivelino, Felix, Clodoaldo, Jairzinho, Reinaldo...
Tudo bem, o futebol mudou e virou um grande negócio. Os talentos são raros e já trataram de nos reeducar nesta nova avaliação que se faz de um craque de futebol. Os critérios não são mais assim, tão exigentes e o talento se mescla com outras qualidades que vão sendo desenvolvidas com o tempo. Talvez Zico, nos anos 80, tenha sido o marco deste novo atleta, que além do talento precisa ser desenvolvido em “laboratório”.
Mas a verdade é que com o que tem, com o futebol que pode jogar, o Coritiba precisa dar uma solução ao problema que criou, neste sábado, contra o Fluminense. Com o talento de alguns e o conhecimento acima da média de apenas um, o time precisa achar um caminho para vencer e ainda continuar respirando na competição.
Me parece ser a garra a principal ferramenta deste momento. Que não tenha placar adverso, resultado parcial que tire o foco do único objetivo que deve ser a vitória a qualquer preço.
O sentimento do “eu acredito”, mais uma vez deve estar nas arquibancadas. Com 4, 5, 12, 17 mil torcedores, não importa. É a energia do “eu acredito” que deve reger o Couto neste sábado.
Para que na semana que vem, a gente possa assistir Galo e Cruzeiro, um pouco mais aliviados e esperançosos, ainda gostando do bom futebol que com certeza os dois, Galo e Cruzeiro devem mostrar, e que um dia o Coritiba volte a jogar.
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