Arquibancada
Diz Augusto Mafuz, em sua coluna na Tribuna, que o atletiba de amanhã será disputado entre a ironia e a mágoa. O primeiro depois da conquista da sulamericana. De um lado nós, a mágoa, do outro eles, a ironia.
Mesmo que muitos ainda relutem com isso, a situação, se não é nestes termos, se aproxima muito disso.
Ganhar um atletiba assim, já não tem tanta graça como nos velhos tempos, quando o clássico era esperado com uma semana de antecedência. Mas atletiba é atletiba. “Quem tá vivo peleia” e se não é assim, uma Brastemp para eles, para nós pode significar muito. Pelo menos neste começo de temporada.
O Coritiba vai para o clássico com um time ainda em fase de montagem, testes estão sendo feitos, mas é a base do que pretende terminar o ano, com pretensões de voltar à primeira divisão e andar bem na Copa do Brasil. Para eles, além de jogar em casa, vencer o clássico é apenas uma afirmação para quem começou mal e agora busca um melhor caminho no regional.
Ou seja, um atletiba pobre, se ainda é possível lembrar dos tempos da quase igualdade ou da supremacia Coxa, voltando ainda mais no tempo.
Aliás, acho que o clássico sobrevive muito por conta daquele período onde abrimos esta dianteira, numa matemática que coloca o Coritiba como o maior vencedor na história dos atletibas. Eu sei, isso agora não importa mais. Nossos problemas são maiores que isso. Porque agora temos a mágoa contra a ironia deles, e isso irrita.
Irrita ainda mais quando a gente lembra do último regional, vencido por eles com folga, com o Coritiba entrando na decisão como sparring de terceira categoria.
Com o nível de exigência da torcida Coxa, depois dos 90 minutos deste atletiba, é possível prever algumas reações, independente do resultado, porque estamos mesmo ficando bem previsíveis: se vencer, a maioria dirá que batemos no terceiro time deles e que isso nada diz. Se perder, perdemos para o terceiro time deles, o que mais uma vez será uma vergonha. Se vencer com uma vitória convincente, certamente elegerão alguns responsáveis, como elegeram Iago e Kady como o diferencial na goleada contra o Foz... e o mundo do faz de conta volta a reinar entre torcida e departamento de futebol.
Uma vitória em qualquer atletiba é sempre bem-vinda. Agora, neste clássico de amanhã não só daria um alento, como daria parâmetros para o trabalho a seguir. De qualquer forma, é bom levar em conta isso tudo e muito mais, para não arrumar novas mágoas lá na frente.
O santo é de barro e o andor nada confiável. Vá devagar na condução dos seus sentimentos quanto a este clássico. Nem superestime, mas também não subestime, porque a partida ainda tem a aura de um clássico, embora agora sejamos a mágoa e eles a ironia.
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