Arquibancada
Mesmo que para o adversário o Campeonato Regional seja mais um “ruralzão”, impossível não lembrar de seus melhores dias, com o mínimo de respeito aos seus idealizadores, com o Campeonato Paranaense de Futebol tendo sido o principal caminho de projeção de todos os clubes paranaenses, nos idos anos de 60 e 70, quando todos os estados também viveram dos seus regionais, tendo eles como única opção de futebol profissional no país.
Nos anos 70, quando o Brasileiro de clubes surgiu, ainda com o primeiro nome de Roberto Gomes Pedrosa, colocava os regionais em segundo plano, mas que resistiu bravamente até há poucos anos. De lá para cá, com o mesmo formato – e por isso sua defasagem- passou a ser menosprezado não só pelos seus principais clubes, como seus dirigentes maiores, as Federações, representantes da CBF que não souberam e ainda não sabem exatamente o que fazer com os regionais, que há anos se mantém com a mesma formula. Mudam os regulamentos, a forma de disputa, mas o seu valor ainda é o mesmo. Nada atrativo e com pouco dinheiro, foi se perdendo, sendo completamente relegado.
Muitos clubes usam o regional como experimento para o restante da temporada. Outros como vitrine, e para poucos, os menores, estão os que buscam o título, um lugar ao sol, para mais adiante quem sabe conseguir alguma projeção num contexto maior.
O Coritiba beira nem uma coisa e nem outra, porque um título é sempre bem-vindo, tenha ele o valor que tiver, mas sabe que com menor valor, porque os que se apresentam como grandes, olham mais adiante, sonhando com objetivos maiores.
Ultimamente não somos nem uma coisa e nem outra. Nem somos campeões, nem aproveitamos a vitrine e nem conseguimos fazer uma temporada razoável. Há anos o Coritiba termina o ano devendo em todos os aspectos. Mais um sinal que o planejamento é seu principal problema.
Este ano, nem Dionísio Filho e nem Caio Júnior. Barcímio Sicupira e Dirceu Krueger emprestam seus nomes, sendo homenageados com justiça. Dois ilustres do futebol do Paraná. Uma homenagem a dois ex-atletas ainda vivos que sem dúvida são lendas, com história muito fortes no futebol do estado.
Que o Coritiba honre estes nomes, dando ao Campeonato Paranaense, o tratamento que Krueger e Sicupira merecem. Que seja uma vitrine, que seja campeão e que também sirva de laboratório para o restante da temporada.
Que seja a partir deste regional que renasça um clube moderno, organizado... bem distante do que viveu até aqui, com suas administrações desastradas, sem organização, sem planejamento. Que os nomes de Krueger e Sicupira tragam um clube voltado para o futuro, atendendo o anseio da sua grande e apaixonada torcida.
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