Arquibancada
Se o Coritiba não cair, sugiro uma reunião de todos nós torcedores no Couto Pereira, já no dia seguinte. Será uma reunião de uma fauna, de novos atletas, novos cristãos, gente de cabelo amarelo, verde, gente pelada, sem celular durante alguns meses, novos frequentadores da Perpetuo Socorro e por aí vai. Uma grande reunião de muitas promessas.
Além da alegria que seria a permanência na primeira divisão, também seria engraçado ver caminhadas de mais de 30 km até o alto da Glória, ateus indo à missa, conservadores pintando cabelo de amarelo, nerds sem celular durante meses. Só mesmo o amor por este clube para mexer assim com sua apaixonada torcida que ainda teima em acreditar.
Este é o quadro que agora rola nas redes sociais. É o que vejo entre uma torcida que não se dá por vencida e agora apela para o sobrenatural, com promessas as mais variadas, para ainda acreditar que com suas promessas o clube não caia. Umas engraçadas, outras sérias, algumas de compromissos sérios, até de mudança de hábito de vida. A paixão, a magia do futebol apelando para o último recurso.
Pena que dos muros para dentro do Alto da Glória e do CT da Graciosa, não seja possível compreender este espírito. Como não foi possível compreender a festa que a torcida fez antes do jogo contra o São Paulo e em tantos outros, nas recepções ao time, na chegada ao Couto Pereira, na chamada “ Mauá de Fogo”.
Este elenco parece mesmo tão desconectado da causa, que os atletas descem do ônibus, diante de tamanha manifestação, com seus fones de ouvido, ouvindo suas canções, não se deixando envolver pelo calor da recepção preparada por centenas de apaixonados Coxas-Brancas. Pena! Se não tivesse sido assim, quem sabe estas tantas manifestações, teriam inflamado e teriam tido finalmente o efeito proposto.
Lembro que numa destas manifestações da “Mauá de Fogo”, eu mais uma vez emocionado, fiquei ali pensando no efeito que aquilo tudo teria na cabeça daqueles jogadores que chegavam ao seu local de trabalho. Imagino que se não houver equilíbrio emocional, seja até preciso chegar no vestiário e se refazer, tamanha a energia que envolve o manifesto que já virou um grande evento em dia de jogo importante no Couto.
Contra o São Paulo, jogaram fora a última oportunidade de tentar levar para dentro de campo a energia que a torcida mais uma vez colocava à disposição de um grupo que pouco conseguiu entender do que se tratava aquilo tudo.
Foi mais uma das tantas manifestações de amor a um clube de futebol. De um bando de apaixonados e de malucos que agora, mesmo nesta situação de descrédito total, ainda se mobiliza em caravanas , para ir até Chapecó e mais uma vez estar ao lado do time. Como quem vela , cuida do que é e sempre foi seu ...seu grande amor.
Parabéns torcedor Coxa! Você é mesmo um caso a se estudar e que merece muito respeito. Não merecia estar passando por tudo isso.
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