Arquibancada
“Não duvide da bola. Se há tantos à sua volta, ela deve valer ouro”. Assim pensou o Operário, assim deveria pensar o Coritiba.
A frase acima é trecho de um poema de Nelson Rodrigues, que talvez consiga definir um pouco desta patética situação.
Sentimento que certamente não é o mesmo de Norberto e Wellington Paulista. Pelo menos pelo que disseram ainda no gramado, antes de entrar no vestiário. Por isso, imagino que a ficha ainda não tinha caído e agora em casa, de banho tomado, algum tempo depois, pensem melhor e revejam suas posições.
Norberto disse “jogamos bem, foi uma boa partida, mas não era nosso dia. Poderíamos jogar mais duas horas que a bola não entraria”.
Wellington Paulista falou como se fosse o craque do time, um ser superior que agora vai jogar um campeonato mais importante, a Copa do Brasil.Sim foi exatamente o que ele disse: " temos pela frente a Copa do Brasil, um campeonato mais importante. Desligamos a chave e vamos lá".
Coisa de maluco dar uma entrevista destas, com este conteúdo, a uma emissora de rádio, logo depois das cenas absurdas que nos proporcionaram nesta tarde de domingo.
O que vimos no Couto Pereira nesta tarde de domingo, 3 de maio, foi pra história do futebol do Paraná como um dos maiores vexames já vistos na história do futebol brasileiro. Não por perder um titulo para um o Operário- que o leva para Ponta Grossa de forma inquestionável. A vergonha está no Coritiba, do Alto de sua tradição, decidindo um título em casa, entregar desta forma, como se tivesse em mais um treino no CT da Graciosa.
A diretoria montou para esta competição um time ruim, sem qualidade, apenas com alguns lampejos de voluntariedade de poucos atletas.
Pra falar só desta partida, o Coritiba foi um time desorganizado, sem alma durante o jogo. Nas partidas finais, ainda conseguiu ser um time desequilibrado e nervoso.
Parece que perder o título era o que faltava. Foi o primeiro grande sinal de que o caminho não é este. Serve como primeiro aviso à diretoria; os problemas estão apenas começando. O ano promete, e não será nem um pouco fácil, pelo menos é o que dizem os primeiro resultados.
Primeira tarefa da semana: tentar entender como um time que precisa fazer três, acaba levando três? Segunda questão: porque Wellington ( o zagueiro)joga de lateral e Carlinhos que deveria ser boa opção pela esquerda, jogando com mais liberdade na frente, foi esquecido durante a partida? Por que as substituições não foram feitas no vestiário, no intervalo de jogo, e sim aos 5 minutos do segundo tempo? Como um time que joga o segundo tempo inteiro com 4 atacantes não consegue chegar ao gol adversário? Por que colocar 4 atacantes sem organizar o meio de campo e a defesa, sabendo que deixaria o time vulnerável? As substituições foram um tiro no pé, porque faltou organização e ordem tática. De nada adianta colocar 4 atacantes e não dar função específica a cada um. Pareciam os 4 Patetas, batendo cabeça lá na frente.
Sim, também estou responsabilizando Marquinhos Santos pela vergonha que nos deram de presente.
Além do mais, disciplina tática foi o que nos mostrou o Operário nas duas partidas. Perdemos a decisão no banco e no campo. Perderemos mais, muito mais se as coisas continuarem como estão. Marquinhos já havia levado um nó na primeira partida em Londrina.
Remontar um novo time a esta altura é outra tarefa pra lá de complicada, mas é o que precisa ser feito.
Se Wellington Paulista, Norberto e cia, não sabem, o meu sentimento, e imagino ser de toda a nação Coxa –branca, é de vergonha e medo do que nos espera pela frente, se as coisas continuarem como estão. Do atual elenco, podemos ficar com Rafael Lucas, Carlinhos, Helder e Negueba, o resto...
Senhores Rogério Bacellar e Ernesto Pedroso, precisamos de um time para torcer. Providenciem, por favor. O prazo de validade deste, venceu em 3/05/2015.
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