Arquibancada
Ser oposição significa não concordar com as ideias do outro lado. A grosso modo seria isso ou quase isso, acho eu.
Em futebol isso é um pouco mais difícil porque entra outro ingrediente, a paixão. E ela acaba cegando a discussão das ideias, que acabam ficando apenas na defesa de opiniões que acabam prevalecendo, quase sempre a qualquer custo.
Mas assim como na política tradicional, também temos dois lados. Um lado eleito para comandar, que vende soluções, se colocando muitas vezes como o salvador da pátria e o outro lado, o que elege, e no período de campanha precisa ser convencido.
Faz-se neste período o melhor momento do debate, das defesas de opiniões, das acusações, da lavação da roupa suja, das informações de bastidores, das propostas, das soluções fáceis e difíceis. A comunidade interessada naquele momento político se envolve, opina, se manifesta e aos poucos vai se posicionando a favor de um lado ou de outro.
Fica com a cara do esporte, como no futebol. Forma grupos de adeptos e inimigos. Compra a “briga” como se fosse sua. Defende o candidato como se fosse a solução definitiva para os problemas de sua comunidade, de seu clube, do Estado, seu município, de seu país.
No Coritiba nunca foi diferente disso. Sempre tivemos oposição e ela é saudável. Se não é, pelo menos deveria ser para provocar a discussão saudável que só deveria beneficiar o clube.
Mas não tem sido assim. Como na política tradicional, os debates são mentirosos, as promessas vazias, apenas para ganhar o eleitor.
Em qualquer lugar, haverá sempre uma oposição, porque é mais fácil reclamar. Tanto que nossa política ficou pródiga em ter sempre o time dos “insatisfeitos”. Os que sempre pulam para o lado da oposição. Isso lhes garante sempre o discurso populista, nunca sincero.
Fica um lado avaliando o trabalho do outro. Quem está no poder fica mais exposto, afinal tem mais visibilidade. Se errar, e se fizer isso com alguma frequência, estará “frito”.
Ao outro lado, caberá a crítica fácil de apenas apontar os erros. E até aparecerá como a solução para o problema. Ao outro, ao que comanda, cabe só a defesa da artilharia. Se conseguir não errar muito, terá mais chances de defesa, mas o poder sempre lhe deixará com menos chances de uma reeleição, de defesa.
Em muitos casos, ela só se garante através de um outro poder, o ECONÔMICO. Quando o dinheiro faz a campanha de eleição ou reeleição. onde entram e prevalecem estratégias de marketing , vendendo o produto (candidato) com uma imagem adulterada, maquiada, melhorada, MENTIROSA.
O poder econômico se manifesta quando estão por trás de tudo, os interesses ECONÔMICOS naquele negócio.
No caso da política tradicional, geralmente são os empresários que se beneficiam com negociatas. Isenção de impostos, ou promessas de futuros negócios, com parcerias em obras, favorecimentos em concorrências, ou até manutenção de contratos que já duram anos, como prestadores de serviços: no transporte coletivo, nas grandes empreiteiras, nas montadoras de automóveis, por exemplo.
No futebol, os interesses giram em torno principalmente das grandes negociações de jogadores. Existem caminhos menores como direitos de transmissões, bilheteria, e arrecadação com sócios, mas o grande filão está na negociação de atletas e para isso, este mundo faz o que pode, para se dar bem.
Criaram um personagem sorrateiro, que não aparece, vive no submundo: os gigolôs de jogador de futebol. Um mundo de parasitas que se criou em torno dos atletas que valem mais. Empresários, procuradores, negociadores, assessores dos mais variados ramos, se especializaram neste caminho de ganhar dinheiro, muito dinheiro.
Mesmo que não apareçam como presidentes ou membros de grupos , como no caso do Coritiba, no chamado de G5, às vezes estão por trás, tentando se infiltrar em conselhos, departamente de futebol, etc et cetc. Até financiam indiretamente algumas campanhas das muitas que já tivemos no futebol brasileiro.
O futebol funciona também como na politica tradicional, mas com outros personagens, com outros interesses.
A grande diferença e a maior delas, é que a crítica de quem está de fora, não é para quem está no comando, no poder, com a rédea na mão. A crítica é só pelo trabalho errado. A minha crítica não é porque quero tomar o poder de Bacelllar ou de Vilsão ou de Gionédes. A crítica não é pessoal. Não torço contra nenhum deles. Pelo contrário gostaria de vê-los acertando, afinal estão no comando do clube que torço.
A crítica é só porque não concordo. E o senhor, presidente Bacellar, tem sido campeão nos desacertos. Não tenho nada pessoal contra o senhor. Simples assim.
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