Arquibancada
Numa roda de bate-papo estão um Coxa-branca (eu), um são- paulino (meu dentista) e um atleticano (sócio do meu dentista no consultório).
A cena se passa na sala de espera do consultório. Foi logo após a classificação atleticana, em São Paulo, contra o tricolor, no meio da semana.
O atleticano provoca o são-paulino, o chamando de freguês. Faz a piada e os dois seguem brincando numa sequência de gozações. Eu apenas observo. Logo me chama a atenção a combinação do trio. Estamos os três na sala, um Coxa, um atlticano e o são-paulino. Até bem pouco tempo, alguns anos atrás, um atletiba seria o duelo mais provável, adequado, até imperdível no desafio das provocações, numa cena destas.
Hoje não. Não somos mais o principal adversário ou o principal rival deles. Somos convidados apenas como observadores de encontros como este, que no meu caso aconteceu por acaso, num consultório odontológico nesta sexta-feira (20). Virei coadjuvante do encontro.
Estão discutindo e arrumando rivais maiores, em outros lugares, como o São Paulo, que há anos sofre nas mãos de um clube mais organizado que o nosso. Brigam por um calendário que não temos, com outros adversários.
Bem ou mal, certo ou errado, com dinheiro público ou não, nos deixaram para trás e seguem. Também já tivemos estes anos dourados, quando nas décadas de 60 e 70, os grandes vinham aqui e nós na casa deles, em confrontos inesquecíveis. Aos mais novos, a geração de agora que não sabe o que foi isso, embora naquela época o futebol era mesmo outro - se jogava de forma diferente - mas nós também enxergávamos o Atlético há uma distância bem razoável pelo nosso retrovisor.
Nossa hora vai voltar, precisa voltar. Porque a distância fica cada vez maior. E hoje, a gente apenas observa a rivalidade entre eles e os outros.
O torcedor Coxa-branca vive talvez o pior momento de sua história. Auto estima em baixa, com o principal rival há anos crescendo. O sentimento de vira lata é tão grande, que pra deixar o momento com requintes de crueldade, até o Paraná vive dias de redenção. A combinação das coisas e as coincidências, muitas vezes parecem deixar o problema sem solução, aos mais pessimistas.
Penso que ainda é possível alcançar e recuperar o tempo perdido. E o nosso ano é este, embora o começo tenha sido mesmo muito desastroso, mas nada diferente do que já vimos até aqui em gestões passadas.
Parece haver dentro do clube e repassado a cada um que chega, a importância e necessidade do clube subir a qualquer preço, ainda em 2018. E isso talvez seja a única garantia que temos e que no meu caso, acredito que assim será. A certeza que lá dentro eles também têm, que a hora é esta.
Embora Samir tenha trabalhado até aqui no limite do erro, depois de algumas criticas ou fazendo parte do seu planejamento calculado, sabendo do risco ou não, acabou atendendo o que a maioria pedia e corrigiu um dos problemas, o de de ordem técnica. E assim parece que vai ser até o ano acabar, com o Coritiba trabalhando no limite dos seus erros, resolvendo seus problemas aos 47 do segundo tempo.
Se o preço disso tudo será voltar à serie A, mas acima disso com um clube mais organizado, com gestão profissional e finalmente voltar a ser grande, terá valido o sofrimento.
Gostaria de voltar a participar das rodas de bate-papo e dar meu “pitaco”, como PROTAGONISTA, pra usar uma expressão de Eduardo Batista, assim que chegou no Coritiba.
Aliás, a sobrevivência de um torcedor está nisso. Se encher de argumentos para com segurança falar de seu clube. “O Coritiba precisa voltar a ser protagonista”.
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