Arquibancada
“Uma coisa posso garantir a todos vocês: nosso ambiente dentro da equipe é muito bom”.
A frase acima é uma das perolas de Rogério Bacellar no famoso editorial divulgado no boletim da semana passada, distribuído a um grupo de sócios.
Tudo bem que no calor da disputa a cabeça não obedece e o bom senso dá lugar ao protesto, mas geralmente tentando buscar o melhor.
Eu não seria leviano em tirar proveito dos xingamentos de Juan a Pachequinho durante a troca que o treinador optou fazer quando colocou Bernardo em lugar de Juan. Não usaria os xingamentos de Juan para contrapor com a frase que abre este post.
Prefiro ir um pouco mais adiante: finalmente alguém mostrou ter sangue quente, e não o sangue de barata que estamos vendo até aqui. Por enquanto, a rebeldia de Juan, que quebra o silêncio desafiando o treinador publicamente , aponta que internamente há também insatisfação com os erros e trapalhadas que Pachequinho anda fazendo nas escalações e substituições, mostrando inclusive que não tem a força que diziam ter com 100% sobre o grupo.
Alguém já protesta no ambiente “calmo e muito bom”, como prega ( ou pregava ) o presidente Rogério Bacellar.
Quem sabe estes atos rebeldes sacudam um pouco as estruturas e coloquem finalmente algumas questões em discussão. Porque o que mais irrita hoje no Coritiba, é esta sequência absurda de tropeços e nada acontecer. Agem lá dentro como se tudo andasse dentro do normal, sem nenhum problema para resolver, se comportando como avestruz.
Apesar, de quem sabe, ter feito uma de suas piores partidas pelo Coritiba, Juan pode ter começado finalmente uma nova fase dentro do Clube. Se conseguir recuperar o poder da indignação, já terá feito seu papel, tamanha a apatia que predomina no ambiente hoje.
Se junta a Juan, outro personagem da noite de ontem: Kleber que também saiu de campo cobrando a definição de “ um padrão de jogo” se referindo a inconstância na forma de jogar que nunca teve, desde o período de Gilson Kleina e que segue com Pachequinho. Às vezes com uma formação, outras completamente diferente. Mesmo que Pacheco argumente, se defenda alegando ter que fazer isso porque às vezes precisa ser mais ou menos agressivo. Uma jogando com três volantes, em outras com três atacantes. Isso deve ter um meio termo. Nem tanto o céu nem tanto a terra, meu caro Pacheco. Kleber tem muita razão também nesta questão.
A “draga” no Coritiba anda tão grande, que talvez os dois piores jogadores da partida de ontem, tenham sido os personagens do jogo. Não pela bola que jogaram, mas pelo que disseram. Juan e Kleber, os craques da partida, mas pela língua deles, que virou o chicote de Pachequinho.
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