Arquibancada
Cheguei ao estádio com a torcida do Corinthians já instalada no espaço reservado aos visitantes. Confesso que não gostei. A última vez que vi aquele lado vestido de preto e branco, foi na inesquecível decisão com o Operário. Entendi como um sinal.
Agora nos dão duas opções: podemos nos lamentar (mais uma vez) ou comemorar. Os lamentos são os mesmos, já as comemorações podem nos apontar algum caminho novo. É pouco, muito pouco, mas é o que temos para o momento.
Mais uma vez Evandro, o iluminado nos deu de presente mais um gol salvador. Me parece ser covarde de nossa parte, colocar nas costas de um menino esta enorme responsabilidade. Nossa não, da incompetente administração alviverde. Um alagoano, de 1m,74cm, que ainda não completou 20 anos, já começa a fazer história no Coritiba e nos salvando de desastres ainda maiores.
A torcida já parecia conformada com mais uma derrota em casa. Mesmo nesta situação em que estamos, estas derrotas não parecem mais assustar o torcedor, que a cada gol adversário, a cada patetada dos nossos atletas, apenas se olha e ri. Nós mesmos que há pouco tempo éramos temidos em jogos em casa. Que tínhamos a segurança de vitória a qualquer preço. Rodada programada para o Couto, a única dúvida era saber de quanto, em cima de quem, e se seria difícil.
Tirando dois lances de gol criados no primeiro tempo - e olha que foram duas belas chances : uma com Marcos Aurélio e outra com Galhardo, faltou mesmo um pouco de sorte para dar um outro rumo à partida. Ao Galhardo faltou competência para só empurrar pra dentro, ao invés de chutar nas mãos Cássio, como fez. A Marcos Aurélio faltou visão de jogo num lance um pouco antes deste de Galhardo. No lance de Marcos Aurélio, prevaleceu o individualismo. Ele preferiu chutar a gol do que presentear Galhardo que estava em melhor condição para fazer o primeiro do Coxa. Se Galhardo faria? Não sei, aí é outra conversa. Foram os dois grandes lances do primeiro tempo e quem sabe até da partida.
Já no segundo tempo, o Corinthians teve as melhores chances. Mesmo com mais posse de bola, o Coritiba não assustava. Acumulou junto com a posse de bola também um grande número de passes errados, com falhas primárias e muitas vezes até grotescas na marcação do adversário e nas tentativas de armação de jogadas de ataque. De resto, foi uma partida brigada, com pouco brilhantismo de ambos os lados.
A torcida estava louca pra ajudar, pra justificar a sua presença que em grande número compareceu ao Couto.
A sorte que esteve do outro lado, num gol que não merecíamos tomar, ainda no primeiro tempo, dava ares de nova derrota. O espírito de luta em campo era o único sinal de que aquilo não podia terminar daquela forma. A briga de muitos atletas foi recompensada pelo gol de empate de Evandro já no final da partida, mais uma vez.
A recuperação que tanto clamamos, ainda não veio, mas foi um alento. “Pelo menos somamos mais um ponto, e de um em um, vamos chegando” – me disse um amigo. Olhei pra ele e sorri. Achei que estivesse brincando.
O iluminado Evandro nos tirou da boca o gosto amargo de mais uma derrota em casa. Comemoramos, mas também lamentamos, agora completando um mês sem vitória. Mas “quem peleia tá vivo”.
Os outros resultados nos colocam vivos e com um pouco de sorte, em duas rodadas podemos sair do sufoco. Jogo de milhas de pontos este que temos pela frente contra o Goiás, também em casa, no próximo domingo.
Uma semana inteira de trabalho nos espera. Mas a pergunta que não quer calar: o que teremos de novidades esta semana? Sim, porque nossa vida tem sido esta, com o pré-jogo, semana de preparação (sempre com surpresas), declarações bombásticas de bastidores, e o pós-jogo, que anda dando muito trabalho ao departamento médico, que mais parece uma enfermaria de campo de batalha.
Evoquem seus santos. Não deixem escapar...vamos precisar, estamos precisando. Isso ainda vai longe!
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