Arquibancada
Não saberia dizer ao certo porque não me dei ao trabalho de contar, mas seguramente, pelo menos nos últimos 5 anos, o último editorial publicado aqui no site, superou todos os limites de acesso e comentários.
Mais de 400 manifestações entre curtidas, descurtidas, comentários de inscritos e também no facebook. Rendeu mais polêmica que as publicações de pós-jogo, que sempre registram o maior número de acessos e comentários. Isso depende muito do nível de interesse, a fase do time e principalmente o humor da turma. E ultimamente os humores andam ácidos, como se percebe na maioria das manifestações. Alguns intolerantes em níveis até assustadores.
Não sei se por conta do que o clube nos oferece ultimamente, nos últimos anos - pra não responsabilizar apenas a atual administração – mas pela paciência que seguramente chegou ao fim. Política e esportivamente. Tanto com o estado de coisas que vive o país com principalmente com o Coritiba.
Não entrando no mérito do editorial, porque de fato já criou muita polêmica, mas também não me eximindo, porque faço parte da equipe de editoria e consequentemente também tenho responsabilidade sobre ele, afinal editorial é sempre o pensamento comum de uma equipe, coisa que não aconteceu neste caso, conforme as manifestações de muitos já expressadas.
Com todo o respeito que devo à vocês, gostaria de lembrar o que já disse em outras oportunidades: tudo isso revela um outro lado que neste momento se sobrepõe ao futebol, a maior razão de ser do Coritiba Foot Ball Club. E que não sei se foi percebida nestas muitas manifestações aqui expressadas. Erro ou não, o editorial ter entrado neste mérito, ele também aborda a política nacional, mesmo que como analogia, mas fica clara uma postura forte e de posição política. O que acredito seja saudável dentro de um contexto nacional no atual momento.
Sobre o Coritiba, que de fato nos interessa e é o motivo deste encontro aqui no site, parece que enquanto estivermos privilegiando a discussão de bastidores políticos, teremos consequentemente o futebol relegado à segundo plano. Pelo menos este é o comportamento que percebo. Mas que parece ser o único caminho no momento. Lavar roupa suja em casa, para sair para rua de roupa limpa. Só que há anos só lavamos roupa, sem poder sair e usar a roupa limpa.
O problema é que parece cada vez mais difícil encontrar um outro caminho, para que voltemos ao trilho do futebol com a qualidade que fomos acostumados durante décadas.
Para exacerbar ainda mais esta ira de muitos, o rival nada de braçada por mares que sonhamos e enxergamos de muito longe, já se transformando em pesadelo. Se fizer o teste da maquininha da mentira por aqui, muitos serão pegos respondendo que são Coxas, mas que alimentam, um anti-atleticanismo maior. Agora mais amargos ainda com a classificação dos vermelhos na sul-americana.
Como disse ontem meu amigo desembargador dr. Hipólito Xavier, “ nossa sorte é que a inveja não mata”.
Neste contexto desfavorável, sem perspectiva de dias melhores, ainda consigo conviver pacificamente com o rival, dividindo um acento de ônibus, com ele vestindo orgulhosamente sua camisa vermelha e preta, ostentando ares de superioridade. Me recolho aos meus piores dias de torcedor, com os inéditos e inesquecíveis dias das três últimas administrações desastradas da política coxa-branca.
Nos vemos por aí.
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