Arquibancada
O ex- presidente Bacellar perdeu grande oportunidade de sair com menos soberba da que usou durante os três anos enquanto foi o comandante da Coxa Maior, no Coritiba.
Duas frases deram o tom da falta de autocrítica numa coletiva, na manhã desta terça-feira, como despedida desta melancólica administração que deixa como marca o rebaixamento do clube para a série B e mais uma porção de muitos erros.
“O Coritiba foi rebaixado porque futebol é futebol, disse Bacelar. Arrematou dizendo ainda que o Coritiba tinha plenas condições de continuar na Série A. “Acho que houve uma desatenção da zaga no último instante em Chapecó”.
Meu caro ex- presidente, desatenção foi a sua nestes 3 anos no comando do clube do bolinha, montado pela chapa Coxa Maior desde o início de 2015.
Vergonha na cara para assumir responsabilidades como a montagem de elenco equivocado, assim como a qualidade dos profissionais que o senhor se cercou, únicos responsáveis pela montagem deste horrível time que nos deram pra torcer. Esperava mais do senhor, pelo menos agora neste momento de despedida.
Que o “futebol é futebol”, parece ser uma questão bem clara para todos nós, senhor Bacellar. Se o senhor tentou dizer que o futebol é surpreendente, Às vezes inesperado, devia saber disso quando se apresentou como candidato à presidência do clube. Até uma criança recém chegada ao futebol sabe disso.
O Coritiba não aguenta mais amadores em seu comando. Mais uma administração destas acho que entramos em colapso.
Ainda na coletiva, Bacellar disse que o presidente não é treinador, nem escala o time. Não faz as invenções que alguns treinadores fizeram, não bate pênalti, nem defende no gol. Existe muita teimosia por parte do treinador que tem que colocar esse ou aquele atleta. Mesmo não concordando, o técnico tem liberdade para colocar quem ele quer, concluiu Rogério Bacellar.
Esta última frase revela bem a sua postura nestes 3 anos como presidente do Coritiba. Passando responsabilidades, faltando saco roxo para dizer ou mostrar quem é que manda nesta casa.
Se foi isso mesmo, meu caro presidente, no mínimo o senhor foi omisso. No seu lugar, eu teria vergonha de me posicionar desta forma, me eximindo da responsabilidade. Pior, agora na momento que deixa o comando do Coritiba, na sua saída prefere transferir uma responsabilidade que sempre foi sua.
Estas frases precisam ser colocadas ao lado da sua foto, na galeria de ex- presidentes, para que nunca esqueçamos do senhor, caso se apresente novamente para algum cargo no Coritiba.
No começo de sua gestão estivemos juntos duas ou três vezes. Conversamos sobre caminhos para fazer acontecer a estátua de Krueger, que saiu, mas por mérito da torcida, não da sua administração. Lembro que com o senhor, a conversa não andou, além de problemas que tivemos no meio do caminho. Mas logo na segunda reunião o senhor não apareceu e deixou um aspone para representa-lo.
A segunda divisão fica como sua marca, a cara destes três anos de Coxa Maior no Coritiba. Uma sucessão de equívocos. Fico com a sensação que a série B ainda foi um mal menor, tamanho o número de riscos que corremos neste período. Parece que tivemos sorte de não pagar um preço ainda maior, como no caso da negociação dos atletas com futebol chinês,quando usaram o Coritiba como ponte para um negócio ilícito, por exemplo. O senhor foi negligente neste caso, deixando que usassem o nome do Coritiba de forma ilegal e perigosa. Se este caso escapa do controle, a dá um passo a mais, poderia ter colocado o Clube em situação ainda mais delicada, senhor sabe disso.
Com todo o respeito que merece a família Bacellar, dr. Romeu, seu pai, seus irmãos, não mereciam esta marca, pelo muito que já fizeram pelo Coritiba, contribuído e muito com a bonita história dos 108 anos do Clube.
Ex- presidente Bacellar, assim como futebol é futebol, como disse o senhor na coletiva, saiba que o Coritiba continua também sendo o Coritiba, apesar das seguidas administrações desastrosas como a sua.
Que Deus nos livre de um novo desastre!
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