Arquibancada
Quem perde é porque jogou mal, não estava num bom dia. Quem ganha, se for vitória sobre um time pequeno, não fez mais que a obrigação. Quando isso envolve o Coritiba, seja em qualquer circunstância, é elevado ao quadrado.
Não me refiro somente ao jogo de ontem, contra o Humaitá, uma situação atípica, que mesmo em condições desfavoráveis, como o péssimo estado do gramado, que segundo alguns colocaria a disputa em condições de igualdade - o que não se confirmou, dada a fragilidade do adversário, que sequer fez cócegas. E mesmo assim, o Coritiba segue em dívida com a torcida, se é ela ainda alimenta a esperança com algum nível de exigência, na escala de valores de cada torcedor.
Se para muitos o Humaitá não foi páreo, para poucos pode ter sido o início de uma nova fase, mesmo que a partida tenha sido mamão com açúcar. Mais difícil é atender a solicitação do treinador que mais uma vez pede calma ao torcedor com o time.
Oras, se depois de mais de dez partidas o time ainda não engrenou, porque acreditar que agora vai? Que mágica é possível para ensinar a alguns atletas o básico do futebol, o fundamento: passe, matar uma bola, chute, cabeceio e lançamento?
Não estou puxando coro pela saída de António Oliveira, mas gostaria de entender melhor onde deve morar a esperança que nos propõe, pedindo mais uma vez paciência com o time. Aliás, a paciência tem sido um exercício de anos, muitos anos.
Sinceramente não encontro caminho que me convença de ver nos próximos jogos finalmente um Coritiba com o mínimo de qualidade, suficiente para ao menos chegar até as oitavas da Copa do Brasil, com um pouco de sorte passar dela e nos dar um Brasileirão sem sustos.
Mesmo que ainda sejam esperados alguns reforços para o ainda capenga elenco, minhas esperanças não alcançam esta expectativa, com mais acertos e menos erros. Com alguma cara tática, com um desenho que nos leve ao gol adversário e não com este excesso de passes apenas laterais e até para trás, com raros avanços. Só mesmo o Humaitá para nos dar esperança que isso é possível.
Se até aqui a maioria dos adversários era de menor qualidade técnica e cresceram diante de nós com marcação forte e muita vontade e, diante do único adversário forte, o rival no clássico do final da rua, nos impôs pressão durante grande parte do primeiro tempo e em toda a segunda etapa, de onde tirar então a convicção que vamos evoluir depois de mais de dez partidas disputadas?
Quero crer nisso, até acho que às vezes é possível, mas quando acordo do sonho, quero logo voltar a dormir para sonhar mais um pouco
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