Arquibancada
Aprendi a tomar partido. Sempre procurei deixar clara minha posição em relação a tudo. Mesmo quando tenho poucas opções. Como agora por exemplo, nas eleições presidências para o país, quando votei em branco ... foi meu protesto. Aceite isso ou não.
Nas eleições do Coritiba, sou Coxa Maior, embora não tenha direito ao voto desde o ano passado, quando cancelei meu contrato de sócio, por não concordar mais com a administração errada, que na minha interpretação vinha sendo feita também com o meu dinheiro. Existem os que entendem de outra forma, mas é minha opinião e peço respeito a ela. O sócio é também um financiador do clube, sim. Basta saber que o Coritiba já teve como principal receita a arrecadação das contribuições dos sócios. Foi a arma que me restou para dizer não ao que estavam fazendo com o Coritiba. Assim como eu, sei de muitas outras centenas de sócios que fizeram o mesmo.
Me irritei tanto com os desmandos, que acabei abandonando inclusive o estádio. Acompanhei tudo de outras formas, sempre motivado por tudo isto que todos viram nestes dois últimos anos.
Neste momento não me parece ser importante avaliar nomes que compõem chapas de um ou de outro lado. Em casa aprendi que quando a coisa não funciona, e já dura algum tempo, a solução quase sempre é a mudança. Se você acha que não há mudança no caso do Coritiba, então vote em branco, mas saia de cima do muro. De alguma forma diga alguma coisa. Não precisa fazer campanha, mas é preciso tomar uma posição. É só um conselho. Assim, a gente se sente parte participante do processo.Mesmo que o futebol te pareça apenas um produto digno de estudo sociológico. Dentro e fora, dirigentes e torcedores, atletas e funcionários. Porque quando não há problema, arrumam. Quando os problemas são muitos, logo o responsável é sempre o outro, nunca a gente.
Não há posição mais confortável que esta, de se fantasiar de árvore e fazer de conta que a conversa não é com a gente. Apenas apontar erros e defeitos dos outros.
Quando decidi deixar minha condição de sócio, foi por esgotamento, já estava mesmo cansado de reclamar e de tentar apontar soluções com muitas ofertas de ajuda e de cobranças que fiz, afinal, sempre esteve em jogo o nome do Coritiba. Algumas tentativas de aproximação, inclusive do “deus todo poderoso”, enfurnado em sua sala da presidência, cercado de seus fiéis escudeiros.
Porque são os mesmos nomes de sempre que se prestam a estes cargos de diretoria e no conselho? Porque são os únicos que se apresentam, provavelmente. Por que sempre os mesmos nomes ocupam as chapas tanto de um, como do outro? A resposta é a mesma: obviamente porque são os únicos que se prestam a este trabalho e, em muitos casos sequer são remunerados para isso. Em nome do que as pessoas se apresentam para isso? Talvez porque são os únicos malucos disponíveis. Muitos apenas por amor ao clube, outros por vaidade, outros buscam projeção, e alguns dinheiro.
O fato é que você e nem eu, somos mais Coxas que eles. A diferença é que eles estão mais expostos que nós.
Temos o time que merecemos, temos a diretoria e o presidente que elegemos. Se Vilsão já foi bom e não serve mais, é você que vai dizer, mesmo que a outra opção também não seja o que você sonhou para o Coritiba. É o que temos para o momento.
Se não é nada disso, comece a se preparar melhor pra nas próximas eleições dar a cara pra bater, e se oferecer como uma nova opção. Saia da posição confortável e se apresente como candidato.
Eleição é isso que estamos vendo, quem está no poder não quer largar o osso. Quem está fora é o anjo da salvação.
É conversa fiada, plantada pela situação, esta história de que Vilson R. de Andrade foi abandonado por alguns nomes que lhe fazem oposição hoje. Vilson Andrade, se fechou numa redoma e dela não ouvia mais ninguém. Ele e Ximenes fizeram do Coritiba um clube de dono. De dois donos. Resumiram um grupo de G5, (até de G9 no começo), a um grupo de G2- ele e Ximenes. Eles decidiam, não ouviam mais ninguém. Naturalmente, desprestigiados, seus aliados debandaram.
Não vejo a hora de voltar... voltar apenas como sócio, de ver meu dinheiro ajudando na tentativa de arrumar a casa, de ajudar a remontar o Coritiba. De ver pelo menos a vontade de acertar e não este desfile de vaidade, de regime autoritário, do “eu faço ... eu mando”, e de tantos outros erros.
Rogério Bacelar e sua turma vão resolver? Não sei, mas pago pra ver. Parece não restar muita escolha.
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