Arquibancada
Não aparecemos mais entre os grandes porque não somos mais. Tudo bem que alguns aqui vão dizer que isso pouco importa, mas pra mim importa. Talvez porque já estive lá e sei quais são os critérios que usam para avaliar o que é de fato de interesse popular.
Me refiro à matéria colocada no ar no Jornal Nacional, como o “start” do futebol brasileiro na temporada 2016, neste 6 de janeiro, onde a maioria dos clubes da série A começa a sua temporada, nesta quarta-feira como o dia de apresentação dos que cada um fez para montar seu time para o ano que começa.
No JN, a matéria anunciou, como era de se esperar, o trabalho feito até aqui dos clubes grandes. Os atletas que se foram e os que estão chegando e a troca de alguns atletas entre clubes.
Me chamou atenção a ausência dos clubes cariocas, no chamado pelotão de elite, com a presença quase que total dos clubes paulistas, uma demonstração de preferência da editoria e um desprezo total por um clube grande, caso de Inter, embora não tenha anunciado até aqui nada além da média, mas que sempre figurou também entre os grandes.
Talvez mais pelo peso das contratações e do tamanho de sua torcida, como também pelo papel que faz nos últimos anos, o Sport também surge entre os grandes.
Mesmo fazendo volume, apresentando 6 novos contratados, os nomes que trouxe, a diretoria do Coritiba parece não ter conseguido sensibilizar os editores de esporte do Jornal Nacional, pelo menos por enquanto.
Oras, se as nossas contratações não nos motivaram, por que motivaria a imprensa especializada, além da nossa, a regional, que faz a cobertura para vender o produto caseiramente?
Embarco na esteira do companheiro Ricardo Honório. Até porque não domino este mundo assim, tão minuciosamente como ele. Na verdade eu mal lembrava de Amaral, Vinicius e Leandro. Um trio que garante pelo menos um deles como titular absoluto (Amaral), sem levar em conta Ceará que veio antes, que também deve ser titular absoluto. Os dois atacantes (Leandro e Vinicius), vão ter que matar um leão por dia para provar o contrário do que a maioria espera deles.
Sim, mais uma vez estamos investindo no escuro e com tudo para mais uma vez não dar certo. Pelo menos é o que diz nossa história recente, contada até meses atrás que começou com as tragédias das contratações até hoje não explicadas de Rodolfo, Galhardo, Giva, Marcos Aurélio e tantos outros que todos lembram bem no que deram.
Não deveria e não quero fazer mais uma vez o papel do mal humorado, do pessimista que mesmo antes do trabalho, já se apresenta com as garras afiadas, pronto para devorar as vítimas jogadas na arena, entregues aos leões.
A falta de dinheiro e a promessa de endireitar as finanças do clube, parecem ter cegado a diretoria do óbvio. Parece ter emburrecido a todos, impedindo a criatividade num momento onde só ela seria capaz de salvar um início de ano. Estamos mais uma vez trazendo a “rapa do tacho”, a recusa do que os outros não querem.
A grave crise financeira que vive o Coxa, não é uma prerrogativa do Coritiba. O problema é de todos. Não há um clube que não tenha a intenção, especialmente este ano, de arrumar a sua saúde financeira.
A falta de dinheiro é de todos, mas só o Coritiba e os pequenos conseguem não ousar nas contratações. O departamento de futebol do Coritiba parece impregnado pela preguiça de buscar em outros mercados, de inventar, de se antecipar aos outros na contratação de jogadores mais talentosos neste primeiro momento de montagem de seu elenco.
Tudo bem, seria leviano cobrar dos nossos dirigentes contratações do nível do Corinthians, do São Paulo, do Santos, do Palmeiras, do Flamengo, do Grêmio, mas com alguma agilidade, esperteza, criatividade e acima de tudo inteligência, quem sabe poderíamos fazer frente a clubes como Sport, por exemplo. O que inevitavelmente nos colocaria num nível bem aceitável, em condições de brigar por melhores posições nas competições que temos pela frente, como Copa do Brasil, Sul Minas e o Brasileirão.
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