Arquibancada
O Texto abaixo publiquei há um ano, mas só no Fecebook. Falo sobre um cantinho preferido do torcedor no Couto Pereira, a Mauá sempre foi o meu lugar preferido, assim como o de muita gente, mas que ganhou uma maquiagem, se descaracterizou e perdeu seu encanto.O texto foi refeito e republico como um lamento e tom de súplica aos nossos dirigentes.
Acho que para muita de muita gente a Mauá tem desperta este sentimento. Quem sabe uma revitalização, uma ação inteligente de recuperação do espaço, certamente traga de volta sua beleza e principalmente a força que sempre deu ao time em campo.
A Mauá já foi o espaço das organizadas: MUC, Águias Verdes, Mancha Verde e Império. Muitas torcidas nasceram ali.
Algumas figuras marcaram o retão da Mauá:Julinho, um maluco que passava o jogo pulando de um canto ao outro, com uma peruca que caia todo instante, animava quando o jogara era desinteressante. Mais recentemente, estes habitues da Mauá, assim como seu Orlando, da padaria da Fagundes Varella e um japonês, que sempre estavam no mesmo lugar. O japonês vestia a camisa numero dois do uniforme Coxa. Frio ou calor, lá estava ele apenas com aquela camisa de listras verticais. Não sei seu nome, não sei onde mora. Só sei que a gente se abraçava nos gols, nos cumprimentávamos, o jogo terminava e a gente só se encontrava na partida seguinte.
Quem não ficava na Mauá, sentava nos fundos, na curvas - que hoje chamam de setor Coca-cola, fazendo as grandes romarias no intervalo dos jogos, se movimentando para o lado onde o Coritiba atacaria no segundo tempo. Com as designações que fizeram, dando à Amâncio Moro a denominação de arquibancada, e o fundo do estádio setor Coca-Cola, isso acabou. Acompanhar o ataque Coxa, sentando atrás do gol para onde o time atacava, nos dois tempos de jogo, já não é mais possível.
Aquela Mauá dos bons tempos, tinha efeito “Bombonera”. Ganhamos muitos jogos com o retão da Mauá. Que mudou de nome, perdeu a mística, quebrou o charme arquitetônico do Couto e anda vazio, sem vida.
A Mauá que hoje chamam de setor Pro Tork, já não é mais o mesmo. Está com pouca gente, custa caro, e tentam chamar o torcedor de volta com promoções, que mesmo que volte, não será em numero suficiente para devolver ao espaço a sua mística.
Um espaço que sempre teve efeito de arquibancada de geral, agora ficou cheio de pompa e caro. Me dói olhar para o antigo retão da Mauá, e ver aquilo vazio. Com aquela cara moderna, sendo abraçado por um estádio concebido com outra proposta arquitetônica.
A Mauá ficou com cara de baile de debutantes, numa festa junina.
Arrumem um jeito, não sei qual, mas reinventem a Mauá. Ela ainda pode fazer a diferença, inclusive dentro de campo e voltar a ser um cantinho charmoso dentro da nossa casa.
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