Arquibancada
Pois bem, deu atletiba na final. Achei que daria Coritiba e Paraná, mas torcia por um atletiba. Quem gosta de futebol, sabe o que quero dizer.
Sei lá quantos destes atletibas decisivos assisti em toda minha vida de torcedor. Desta vez, a primeira é lá e a segunda no Couto.
O Coritiba tem um time mais certinho, mais ajustado e parece que o treinador Gilson Kleina até previa uma final assim. O jogo de bastidores começou antes mesmo da confirmação do clássico. Juan aparece como dúvida e imagino seja mantido como tal até o último momento, mesmo que ganhe condições de jogo. Artimanhas que envolve o clássico? Não sei, só sei que outras vão surgir. A semana será farta para a imprensa esportiva. Muito querosene será ainda colocado nesta fogueira até horas antes da primeira partida, na baixada.
Seria inocente dizer que esta supremacia do Coritiba na história dos últimos clássicos conta. Ajuda, mas também pode atrapalhar. Terá mais graça e deixa a piada melhor ainda se vencer, mas trata-se de uma brincadeira que precisa permanecer apenas entre torcedores, longe do profissionalismo que se espera dos atletas e comissão técnica. Aliás, imagino que seja esta uma das primeiras orientações do comando técnico, assim que os trabalhos forem retomados neste início de semana.
Conhecemos nosso poder de fogo, sabemos que temos tudo pra sair campeões, mas humildade neste momento cai muito bem.
Será uma semana de portões mais do que fechados, embora nenhum dos dois treinadores não tenham muita coisa nova para mostrar. Uma arma secreta, ou opções que possam confundir o adversário. No caso do Coritiba, esta possibilidade de jogar ou não com Juan, acredito que seja uma das armas que Kleina deve usar, caso ele ganhe condições. Outra alternativa será Negueba ou Vinicius. O time fica mais ousado, mais adiantado com um, e mais defensivo, com mais cuidados de marcação com outro.
Problemas terá Paulo Autuori, para repor três peças importantes: Vínicius que saiu machucado e pode não jogar. Otávio e André Lima estão fora.
Um atletiba assim, nestes moldes, nem sei exatamente há quanto tempo não vejo. Não conto a última decisão, a de 2013, quando vencemos o sub 23. Talvez a última decisão memorável, com vitória Coxa, foi aquela dentro da casa do adversário, quando Petraglia impediu a volta Olímpica, num campeonato que o Coritiba sobrou e chegou voando baixo na decisão.
Não tenham dúvida que eles estão doidinhos para devolver um sapo que está entalado há anos. O que pode ser bom para nós, ou ruim, se não souberem aproveitar o momento.
O segredo pode estar na primeira partida. Saindo dela com um empate ou até vitória, mais de meio caminho já terá sido andado. Na segunda partida, a do Couto, virão para cima, fazendo o jogo que o Coritiba gosta, ou tem se dado melhor, com uma marcação mais frouxa do adversário.
Enfim, temos ingredientes para uma grande decisão.
Que vença o melhor, o Coritiba.
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