Arquibancada
Acabo de ver no Redação Sportv, relato do capitão da seleção de 70, Carlos Alberto Torres- o Capita. Entre tantas coisas, disse ele que poucos treinadores adversários foram capazes de identificar Gerson, o “Canhotinha de Ouro”, como o jogador cerebral daquela famosa seleção tricampeã.
Gerson era mesmo capaz de lançamentos maravilhosos - às vezes inimagináveis. Era o cara que colocava os companheiros na cara do gol.
Ainda na Copa de 70, quando descobriram que a saída era marcá-lo mais de perto, como foi na semifinal, contra o Uruguai, mais uma vez foi genial. Naquela ocasião, Gerson percebe que pouco rendia na partida e sugere trocar de posição com Clodoaldo. Foi o que nos salvou naquele momento: no primeiro ataque brasileiro, empatamos a partida com gol de Clodoaldo.
Vi Gerson jogar aqui no Couto, contra o Coritiba, vi Gerson na Copa de 70, pela tv.
A história rapidamente me coloca diante do atual problema do Coritiba. Um jogador de meio, o cara que faz a diferença, o jogador cerebral, como dizem.
Durante anos, o nosso Gerson foi Alex. Desde quando começou, até agora, quando encerrou a carreira, mesmo que muitos ainda teimem em afirmar que não, que Alex foi desagregador e que só nos trouxe problemas.
No mínimo, o momento que vive o Coritiba é pra refletir sobre isso. Pelo menos pensar que se Alex tivesse ficado, hoje seria a nossa solução. Aliás, não há no Brasil um “10” com esta característica.
Consigo ir um pouco mais longe. Se tivesse ficado, Alex e Rafhael Lucas estariam cansados de se abraçar com tantos gols que já teriam feito. Um lançando e o outro colocando pra dentro. A artilharia do nosso “9” certamente já estaria além dos cinco gols.
Me desculpem voltar ao tema, mas tudo ainda acaba em Vilson de Andrade e Alex. Um casamento que não deu certo e que não deveria ter acontecido. A volta de Alex aconteceu em hora errada. Alex teria ficado se não tivesse os problemas que teve na relação com Vilsão, isso é fato.
Águas passadas, vida que segue, mas agora o Coritiba precisa mais do que nunca do seu ex-capitão. Seria o diferencial e os problemas seriam outros. Ainda vivemos reflexos da administração anterior. Estamos como na politica convencional, quando os governos assumem e nos primeiros quatro anos creditam seu fracasso a reflexos da administração anterior.
O momento serve para refletir, no mínimo para pensar na importância que Alex teve para o Coritiba. No mínimo respeitar sua história e lembrar que ainda seria útil, mesmo sendo considerado veterano para o futebol.
Lembro uma das entrevistas que ouvi, quando Alex tentava explicar sua decisão de parar. Disse o craque que o corpo já não obedecia mais. Que a cabeça ordenava, mas o corpo já não respondia a certos comandos, e que pra fazer meia boca, então ele preferia parar. Pois ainda acho que Alex, mesmo meia boca, seria sensação não só no paranaense, mas até neste brasileiro que começa em maio. Alex faz falta e seria extremamente útil.
Talento como o dele, não existe mais. Se não há caminho para resolver o problema de criação do meio campo, então como justificar a saída de Robinho, que não era tudo isso, mas também seria solução.
Apenas reproduzo abaixo trecho de texto publicado no site www.goal.com . São palavras do treinador Osvaldo de Oliveira, avaliando as atuações de Robinho no Palmeiras.
(O técnico do Palmeiras, Oswaldo de Oliveira, enalteceu a atuação do meia Robinho, destaque da vitória contra o Capivariano, por 2-0, válido pelo Campeonato Paulista, neste sábado.
“Não é surpresa, é um jogador que acompanho no Coritiba há muitos anos. A vinda dele para cá foi muito oportuna. É um jogador maduro, que cresce na equipe. Um jogador que pode fazer diversas funções, querido no grupo e que chama a atenção dos companheiros. É um atleta imprescindível no elenco. Ele foi premiado com esses dois gols pelo esforço que tem tido até agora”, destacou o comandante.
Osvaldo de Andrade, treinador do Palmeiras, sobre Robinho).
Não precisa ser Alex, mas por que deixaram Robinho ir embora?
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