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Arquibancada
A falta de respeito com o torcedor Coxa- Branca pode ser medida na forma de comunicação da administração do clube com o sócio. Desde que o Coxa Maior se instalou no Coritiba, recebo e-mails de um mailing no mínimo irritante.
Desde janeiro, quando fecham parcerias e mais parcerias, toda semana, pelo menos duas vezes, recebo estas propagandas irritantes, fora de contexto, sem propósito algum, em meio a uma crise que parece não afetar o departamento de comunicação e de relacionamento com o sócio do clube.
Isso me faz lembrar uma campanha das mais inteligentes, feita pelo Paraná Clube. Foi a primeira que fizeram com promoção de ingressos, à preços bem razoáveis. Criaram a frase: “Isso não é uma promoção de ingressos, é um pedido de desculpas”. A frase caiu como uma bomba, surtiu efeito ajudando quando o clube passava por um dos piores momentos no Brasileiro da série B.
Com humildade e inteligência, conseguiram quase que dobrar o número de torcedores na Vila. O torcedor voltou ao estádio apenas com uma frase.
No Coritiba estes e-mails parecem subestimar a inteligência da gente. Francamente, a cada um dos que recebi nos últimos meses, sempre achei que em algum momento estaria abrindo algo que pudesse ser referente ao futebol, um pedido destes, de desculpa pela situação que colocaram o meu clube. Mas não, a cada um dos e-mails, estava lá uma propaganda de um salão de beleza, de uma loja de roupas, de um mercadinho, do barzinho da esquina... sendo anunciados como novos parceiros do Coritiba, ainda só pensando em arrancar mais dinheiro do que já dou ao clube.
Outra comunicação irritante é o panfleto de promoção com descontos para quem optar renovar seu plano de sócio pagando à vista. Isso é distribuído a cada jogo, na entrada do estádio. Como se estivéssemos no melhor momento financeiro do país e com todos fazendo caixa, guardando dinheiro e o clube em seu melhor momento técnico.
Oras bolas, disputamos uma final de paranaense com o Operário de Ponta Grossa e fomos goleados dentro de casa. Estamos na eminência de cair para a segunda divisão do Brasileiro. Em que mundo vivem vocês, senhores dirigentes e senhores do conselho?
Isto mostra bem onde nos colocam na ordem de valores e de necessidades. Mostra bem o que esperam da gente. Mostra bem a falta de inteligência que imperou nestes meses todos de administração da chapa Coxa Maior.
A humildade é a rainha dos relacionamentos. É com ela que se abre portas, mas é sem ela que se fecham várias portas, meus caros marqueteiros, dirigentes e conselheiros.
Saiam logo daí, este é o nosso próximo sonho, antes que afundem de vez o que deve restar do Coritiba, assim que terminar o mandato de vocês.
Ainda sonho um dia em abrir um email destes e ler algo de fato que corresponda com a relação que tenho com esta instituição, há mais de 50 anos. De gente séria, que me respeite e que eu sinta orgulho de me representar na administração do clube que amo. De gente que respeite minha inteligência e dos demais companheiros de arquibancada.
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34 Ver todos os comentáriosSou jornalista há mais de 30 anos. A profissão e a condição de torcedor, me fizeram aprender a policiar posições quando escrevo para tv ou rádio. Isso me desenvolveu muito o lado crítico. Costumo dizer que futebol é uma coisa e esporte é outra, bem diferente. Basicamente porque o futebol se transformou num produto da mídia e envolve muito dinheiro. O esporte amador, não. Sem dinheiro ele apenas sobrevive. É o caminho que o vôlei começou a tomar, por exemplo, mas ainda passa longe de ser o sucesso que é o futebol. Gosto de escrever sobre os dois: esporte e futebol. Jornalismo é minha profissão, o Coritiba minha paixão. Será um prazer estar aqui com vocês falando sobre tudo isso.
O Coritiba está na minha alma, muito mais até que no coração. Aprendi a gostar de futebol assim, de alma e também de coração. Sou do tempo do Belfort Duarte, hoje Couto Pereira. Isso foi no início dos anos 60. De lá nunca mais saí. Na década de 70, o Coritiba me conquista definitivamente, quando montou times inesquecíveis, várias vezes campeão. Período que passei a frequentar programas de rádio para tentar ficar o mais próximo que podia do futebol. Foi a época de Dirceu Graeser, no famoso"Viva o Futebol", na Rádio Clube, depois Rádio Cruzeiro. Foi o meu começo nos meios de comunicação. Vivo do jornalismo há mais de 30 anos, dedicados ao Rádio e principalmente televisão. Hoje sou muito mais da arquibancada. Sou mais torcedor e menos jornalista, principalmente quando o assunto é Coritiba.
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