Arquibancada
Quando me colocaram neste mundo da bola, também veio junto um simulador de futebol. Tá um pouco velho, mas ainda dá conta do recado. Acho até que com o tempo fica cada vez melhor. Tá cada vez mais apurado, mais ligado em detalhes, percebendo coisas que antes não percebia. Coisas da idade talvez, imagino que seja assim com todos. Porque é o mesmo simulador que todos vocês que acompanham futebol também ganharam quando disseram que o futebol seria uma de suas paixões. É mais ou menos como o trio elétrico na compra de um carro, é opcional. Fica mais barato sem ele, mas sem ele a gente se sente pelado.
Com o tempo vai aprimorando o Simulador e a conservação do aparelho é garantida com a quantidade de vezes que usa. Quanto mais usar, melhor ele fica. Pelo menos o meu funciona assim.
Tenho por hábito colocar o meu em funcionamento ao final de cada partida do Coxa. Uso para projeções. Afinal, como o nome diz, é um Simulador. Basicamente faço projeções, tentando descobrir o futuro.
Confesso que de tanto que usei no ano passado, algumas vezes achei que estivesse estragado. Mas não. Como disse, quanto mais uso, melhor ele fica. Ainda não tinha usado este ano. Por pura arrogância. Achei que não precisaria. Como comentei com alguns amigos, não admitiria outro resultado, se não o Coxa na liderança do regional e decidindo o título. Tudo se encaminha dentro desta previsão.
Retomei seu uso de umas partidas pra cá. Desde então, tenho armado algumas variações de jogos, troquei os clubes regionais pelos nacionais, que neste momento me preocupam mais.
O Brasileiro que se aproxima e já toma conta das minhas projeções com o Simulador, e ando preocupado com o que tenho visto, assim como vocês, certamente, com seus Simuladores.
É que com todas as situações que coloco nele, a máquina emite um alerta, quando simulo Coxa em confronto com os times grandes, por exemplo. Achei que podia ser um problema da máquina, mas vendo nosso time em campo já há algumas partidas e as soluções prometidas com contratações que não chegam, me preocupo cada vez mais. A esta altura do ano, já é possível também simular como serão os considerados times grandes, para o resto do ano.
Seja lá em que nível você estiver no seu Simulador, nas projeções que fiz, nos confrontos entre Coritiba e os grandes, perdemos todas. Com eventuais empates e uma ou outra vitória. De resto as nuvens são negras. Ele colocou os grandes por ordem de nível de qualidade: Corinthians, Santos, Cruzeiro, Internacional, Palmeiras, Grêmio, Atlético Mineiro, São Paulo e Flamengo. Pelo menos são estes que a máquina aponta como os grandes, com os quais temos poucas ou quase nenhuma chance este ano, com o time que temos no momento.
Este serviço de futorologia que poucos ousam fazer, afinal, geralmente foge dos padrões e nunca é eficiente, mas que acaba sendo bom pra gente não se frustrar lá na frente e ter alguma ideia do que nos espera mais adiante. Isso geralmente acontece quando ele entra em conflito com outro equipamento que também tenho e que veio junto, chamado de emoção, popularmente conhecido como paixão. O único capaz de enganar o Simulador.
O fato é que meu Simulador sempre me avisou antes, me prevenindo dos anos difíceis.
O segredo está em mesclar as informações que me são dadas pelo Simulador e pela paixão.
Meus caros amigos, quero dizer que temos um time para ganhar o Parananese, e com mais dois ou três reforços, teremos time para não sofrer pela parte de baixo da tabela, como em anos anteriores, no brasileiro.
Lembro claramente que no inicio da temporada deste ano, quando todos ainda tentavam ajustes, ainda se ajeitando nos jogos-treino de pré-temporada, as coisas estavam no mesmo nível e não via muita diferença entre estes grandes e o atual time do Coritiba. As coisas estavam niveladas por baixo, era tudo igual. Agora não. Com exceção do Corinthians que já saiu na frente de todos desde o começo, o resto engrenou agora e alguns já voam baixo. Casos de Inter, Santos, Palmeiras e até Grêmio.
Não esqueçam que coloco nestes níveis, usando como parâmetro o Coritiba de hoje, o time que nos defende agora.
Nós estagnamos. Enquanto não vierem reforços de fato, a coisa será mais que complicada, e nossos adversários diretos engrossam um pelotão de 5 times que hoje jogam a mesma bola que a nossa: Goiás, Sport, Joinville, Figueirense e Avaí. Chapecoense e A. Paranaense podem se enquadrar numa categoria ainda mais inferior pelo que estão fazendo hoje.
Outro olho nas finais do paranaense. Este ano não pode escapar como no ano passado, mas os reforços para o brasileiro precisam chegar logo.
Sabemos que será com esta roupa que iremos ao baile. Até porque, o mercado não dispõe de mão de obra. A hora é esta.
Em duas semanas no máximo, antes da última partida contra o Operário, precisamos saber com que time iremos para a estreia contra a Chapecoense, em Chapecó. Do contrário, meu simulador indica mares revoltos e de tempestade e que este ano, da forma como está, nem bote, colete salva – vidas, nos livram de morte por afogamento.
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