Arquibancada
Há nos bastidores algo no mínimo misterioso. Enquanto a preocupação deveria ser o trabalho pela manutenção do clube na série A, parece que o tema eleições toma conta e desvia o foco do que considero mais importante neste momento, o futebol.
Primeiro Renato Follador Jr. e agora Ricardo Guerra. Os dois surgiram encabeçando uma chapa de oposição, e em menos de uma semana a conversa muda de rumo e ressurgem anunciando que na verdade houve um mal entendido. Além deles, o nome de Ernesto Pedroso também já foi cogitado e até agora é o único que ainda não se pronunciou oficialmente. Nem pelo sim nem pelo não. Follador e Guerra já disseram que não são candidatos.
Primeiro acho inoportuno o tema. O momento é de união em torno do departamento de futebol. As eleições acontecem em dezembro e, é natural que a oposição já se movimente, mas de forma organizada, sem muito barulho, respeitando o momento delicado que vive o departamento de futebol.
De qualquer forma, os fatos mostram que não há oposição, e se há, ainda é muito fraca para fazer frente ao poderio que Vilsão parece ter montado para ganhar a batalha.
Ou a atual diretoria anda fazendo muito bem o trabalho bastidores, não deixando que nomes fortes ganhem força?
Seja o que for, gostaria de ver uma oposição forte, afinal acho que é o único caminho para pensar num Coritiba melhor para o futuro. A atual diretoria parece ter ficado no tempo, aplicando a lição da política aprendida pelas raposas da CBF, coisa que em nada contribui ao futebol brasileiro, no nosso caso, ao Coritiba. Por enquanto é o que justifica a ida de Vilsão, como chefe da delegação brasileira na Copa do Mundo.
Vejo tudo isso ainda de forma sutil e frágil, a ponto de se quebrar e prejudicar o próprio Coritiba, neste momento. Gostaria de ver a movimentação de bastidores, com chapas de oposição se formando, mas que não sejam mais importantes que os problemas que temos dentro de campo. Isso me parece ser o que interessa, porque seja lá quem for o nosso futuro presidente, vai pegar um Coritiba na segunda divisão, se não abrirem os olhos.
Já ouvi muita gente do alto escalão falando que “nada pode ficar pior do que já está”. Pode sim, e é bom ficar atento - vocês sabem disso!
Todos sabemos que nem a sorte anda do nosso lado. E quando ela não ajuda, convém abrir o olho. O azar e o destino são tão caprichosos, quando trabalham juntos, dão sempre um jeitinho de arrumar umas coincidências; um momento ruim no futebol, com um racha gigantesco e uma eleição no meio, bastam para acabar de sacramentar a cisão e afundar de vez o barco. São ingredientes suficientes para nos colocar em situação pior do que a que vivemos.
Sem querer profetizar, lá na frente espero não lamentar estas coincidências. Não gostaria de ouvir a torcida lamentando, dizendo que além de um time ruim, tivemos uma eleição no meio para acabar de rachar de vez com o que ainda restava do Coritiba.
É bom abrir os olhos. Que as manifestações de oposição sejam feitas de forma inteligente, colocando acima de tudo o Coritiba.
A hora é de bom senso.
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