Arquibancada
Antes que me joguem pedras... sim, é um texto carregado de inveja, com algum rancor, com muito desprezo, mas com uma ponta de verdade, se me permitem.
Assistindo a final da decisão do Mundial de Clubes, nunca vi um time tão desinteressado por um título, como o Real nessa decisão de sábado contra Al Ain, o time árabe que não resistiu e só não sofreu mais gols porque o time espanhol tirou o pé do acelerador.
Um pequeno torneio que parece não atrair mais. Com uma média de público bem baixa, (18 mil). Real e seu adversário, conseguiram tornar menos desinteressante ainda a decisão que, mais parecia um bate-bola entre casados e solteiros. Quanto ao Real, parece que já não acham mais tanta graça assim no título que já conquistaram algumas vezes.
Minhas desconfianças se encheram de razão ao apito final, quando a festa de mais um título, foi sem graça, com cara de “ eu já sabia”.
Não sei ao certo, mas há tempos que os europeus parecem desinteressados na competição que ainda é a menina dos olhos da Fifa.
Para o Real e demais clubes do continente europeu, sem dúvida a Champions vale mais. O espaço que a Liga ocupa na mídia é muito maior, os clubes investem mais, provavelmente porque a torcida também é mais interessada na competição.
Neste raciocínio, a Libertadores que é um caminho e a Sulamericana, que pode ser um atalho, para quem pretende chegar ao título mundial de clubes, só ganham glamour para nós Sul-Americanos.
Ou seja, se alguém daqui chegar a uma decisão de mundial, terá alcançado algo apenas para consumo interno, com pouco ou quase nenhuma visibilidade internacional, pelo menos para os europeus.
Um título de melhor do mundo, mas sem valer o que já valeu, em tempos que Grêmio, Flamengo e São Paulo que nos representaram, quando as fronteiras do mundo da bola eram outras. E o título mundial era “ Top”.
A história do futebol conta que passamos anos na frente dos europeus, que já há algum tempo reverteram a desvantagem e nos deixaram para trás abrindo uma grande dianteira.
Quando achamos que os alcançamos, descobrimos que o que sonhamos era só uma miragem de deserto. A diferença vai do dinheiro, competência, capacidade e principalmente na seriedade em quase tudo que fazem.
Se vivo, seguramente Nelson Rodrigues já teria recuperado a famosa expressão do complexo de vira-latas.
Para que o futebol não perca a graça, mesmo nestes padrões, sugiro que nos adaptemos a nossas limitações: continuar sonhando com Copa do Brasil, Brasileiro da primeira divisão, Sulamericana e quem sabe com Libertadores. Se para o nosso futebolzinho isso tudo já está bem distante, para os padrões europeus, estamos anos luz.
Estas diferenças nos colocam num degrau de quase inexistência num mundo competitivo, exigente, que não tolera incompetência.
É disso que a torcida Coxa reclama quando percebe a distância cada vez maior, quando os dias, os anos passam, sem que pelo menos nossos dirigentes deem algum sinal de que percebem isso e correm atrás do prejuízo.
Pior que tudo isso, é ver o Coritiba andando na contramão. Não se trata mais de estar parado, ou andando a passos lentos. Caminha para trás, contra a tendência, contra o fluxo, o que deixa esta distância cada vez maior.
Todos vemos isso. Por que só os dirigentes não?
“Contra a mediocridade até os deuses lutam em vão”.
(Schiller)
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