Arquibancada
Nos últimos 3 ou 4 anos, parecemos cachorro correndo atrás do próprio rabo. Reclamamos disso, batemos o pé, mas não conseguimos dar um passo à frente.
Aqui não tem bobo. Todos nós somos capazes de somar dois mais dois, como também é fácil saber que mais uma vez teremos um ano longo e tenebroso pela frente, e mais uma vez pela falta de planejamento - tá vendo, estou reclamando mais uma vez- . Repetimos as histórias de anos anteriores pela falta de qualidade. No ano seguinte a história se repete e continuamos a reclamar, como cachorro brincando, querendo morder o próprio rabo. E disso não saímos mais.
Me parece não ser necessário dizer que fomos mais uma vez medíocres. Que o time foi abaixo da crítica nesta rodada contra o Prudentópolis.
Começa a ficar mais fácil escolher um texto do ano passado, trocar alguns personagens e republicá-lo. Imagino também não ser necessário dizer que não temos meia de criação, não finalizamos... enfim, todos os problemas que já cansamos de apontar, cada um de nós com seu jeito de ver e expor estes problemas.
Na verdade, me parece que o Coritiba precisa primeiro rever seu valores, suas necessidades e objetivos. Isso precisa ficar claro para todos: torcida e dirigentes. Se temos uma dívida monstruosa e escolhemos pagar, então que se determine não jogar dinheiro fora, coisa que deveria ter sido feita, mas de verdade. É que algumas das contratações feitas recentemente até agora apenas não só mostraram que jogamos dinheiro fora, como indica um caminho desastroso nos critérios técnicos usados para a montagem do atual elenco.
Assim como a história que se repete, quem sabe nós torcedores precisemos também rever alguns de nossos conceitos. Quem sabe a pergunta seja o que podemos fazer para tentar melhorar esta situação? De minha parte, seguramente digo que o melhor seria repensar todo o Coritiba, desde seu início, até agora.
Nossas administrações repetem os erros da política convencional. Pegam instituições falidas, máquinas viciadas, dão um jeitinho aqui, outro ali, negociam o que podem, fazem alguns remendos e vão levando do jeito que dá. Mais parecemos um barco à deriva. Tocamos para onde o vento sopra. Sim, há alguns anos, não temos PLANEJAMENTO. Falo de planejamento sério, não da boca pra fora, não de remendo, de pensar no clube para o futuro.
Oras bolas, se não há dinheiro e a escolha é pagar as dívidas, por que trazer Wellington Paulista, Rodolfo, e mais dois ou três atletas que não vão resolver? Pelo contrário, vão criar mais problemas.
Mesmo com a falta de opções que a base oferece, quem sabe esteja nela a solução para o começo desta história, onde o custo será bem menor. Não promete nada, nem título estadual, vive dois, três anos, o tempo necessário para sanear as finanças. É incoerente falar em falta de dinheiro e montar o time que montaram. E acaba nem montando um time razoável, e nem paga as dívidas.
A presidência do clube precisa ordenar e agir sem compromisso político. Presidente de Clube de futebol não pode ter rabo preso com torcida e nem com empresários e com departamento de futebol. Precisa ter liberdade para trabalhar com amor e seriedade administrativa.
A atual diretoria precisa começar logo este jogo, e nos tirar deste sofrimento. Destas partidas melancólicas como as que tivemos este ano contra o Foz e ontem contra o Prudentópolis. Igual a Itagui e Nacional de Manaus, em anos anteriores. Pra mim a cota deste ano já deu. Em menos de um mês de trabalho, a gordura que tinha para queimar comigo, já queimou. O problema é que deste jeito, sei muito bem o que me espera mais na frente. Eles ainda vão conseguir me irritar ainda mais.
O Coritiba é maior que toda esta pequenez a que tem se prestado estes nossos últimos dirigentes. Ou somos grandes ou não somos nada. Não dá pra ficar no meio da caminho fazendo política de “engana torcedor ”. Levando uma vidinha de Portuguesa, Náutico, Santa Cruz, Figueirense, Criciúma, América Mineiro etc. Atleta meia vida não serve, trabalho meia boca também não. Ou faz direito ou não faz. De politicagem, já basta o que respinga na vida de cada um de nós no dia a dia.
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