Arquibancada
Ceará vai fazer falta? Claro que não. Dodô vai dar conta do recado? Não sei, mas pelo menos vai ser alguém da casa ocupando uma posição onde há anos ninguém consegue se firmar. Dodô com certeza vai fazer o que Ceará fazia e um pouco mais. Ainda amadurece e caminha para ser um bom lateral. O último bom jogador da posição ainda deixa saudades: Vitor Ferraz que hoje já completa uma longa temporada no Santos.
Por mais que queiramos negar, da saída de Ceará para o Internacional, fica apenas a mágoa. Uns dirão que nem isso. Não pela saída de Caerá, mas porque é mais um que troca o Coritiba por outro clube. Qualquer grande time que quiser seja lá quem for, leva daqui quem quiser. Só não levam mais porque não temos nem oferta e nem qualidade que interesse.
O que tinha por aqui, já levaram tudo. E olha que estou falando de Ceará que até o memento não justificou a contratação. Veio como um dos principais nomes para a temporada e até agora mais frequentou o departamento médico do que o campo, jogando ou treinando. Perdemos um jogador meia boca, na verdade, para um outro time meia boca. Que ultimamente melhor do que nós só mesmo a torcida que pelo menos se manifestou neste fim de semanas, por muito menos do que nós. Afinal, eles ainda não frequentam a zona de rebaixamento com tanta assiduidade como nós. Pobre Inter que acha que resolve seu problema levando Ceará.
Mas a verdade é que qualquer um que queria um atleta nosso, vai levar o quê e quem quiser, quando quiser. E o problema disso tudo é que nada e nem ninguém vai fazer falta. De tudo que temos, quem sabe apenas Kleber que anda brigando sozinho, faça alguma falta se um dia sair, mas muito mais pela luta do que pela qualidade. Sozinho anda podendo muito pouco.
Juninho, Luccas Claro, Alan Santos, os mais assediados ultimamente, também não farão falta se forem embora.
O último a se despedir e que até hoje deixa saudades, acho que foi Rafinha. Referência do último time competitivo que o Coritiba teve. Antes se foram tantos outros que erradamente muitos torcedores diziam que não fariam falta, como Jr. Urso, Chico, Gil, Sergio Manoel, e tantos outros que hoje cumprem seu papel em times melhor classificados pelo brasileirão. Isso só para dar alguns exemplos.
O futebol é dinâmico e o vínculo por um prazo maior é quase impossível. Uma regra básica no futebol, mas que no Coritiba foi desaprendida, precisa ser com a reposição. Quem sabe o maior defeito das duas últimas administrações no Coritiba.
Estão nos impondo a convivência com o que não serve para os outros. O que está encostado e que no Coritiba vira uma grande aposta. O que também não é novidade nenhuma para quem acompanha o Coxa nos últimos anos.
Tenho percebido uma debandada de torcedores por conta disso. De fontes seguras, sei que o número de sócios cai a cada dia, chegando a números assustadores.
Em casa, tenho um exemplo disso. Minha filha de 7 anos, que sempre me acompanhou e sempre gostou de ir ao Couto, passou a recusar meus convites. No domingo saiu com a mãe vestindo a camisa do Coxa. Voltou triste. Por mim e por ela. Por ela porque foi “zoada” na rua e de mim porque sabia que mais uma derrota me tiraria o humor. Com a história dela, se somam muitas outras histórias tristes de desinteresse pelo futebol e especialmente pelo Coritiba.
Estão acabando com uma geração de futuros torcedores. A garotada que vai ocupar as arquibancadas mais tarde, não quer mais brincar de futebol. Estádio novo para quem? Para quê, sem torcedor?
Passei esta e outras situações ao presidente Rogerio Bacellar, via mensagem de celular. Usei o mesmo número de telefone quando fizemos alguns contatos, quando o clube se organizava para homenagear Kruger com a estátua.
Muito mais do que a falta de resposta do presidente, desconsiderando minhas opiniões, me preocupa muito mais o descaso e a aparente falta de conhecimento do que de fato impera lá dentro, entre os dirigentes.
A todo torcedor, seja lá quem for, o tratamento é o descaso. Se fecharam num mundo de “faz de conta”, onde nada os atinge e nem os incomoda. Torcedor continua sendo aquele bichinho, que mais atrapalha do que ajuda, que precisa pagar sua mensalidade para se sentar na arquibancada e se puder ficar quietinho, melhor.
Nossos problemas não estão na saída de Caerá, na entrada de Dodô como titular na lateral direita, Não está em Kleber que ultimamente incorporou o espírito de guerreiro, de gladiador, de Joao Paulo que não serve como volante. Os problema do Coritiba não estão em F. Amorim que veio e ninguém sabe explicar por que? Em Kazim, Berola, Leandro, Vinicius, Evandro, Ortega, etc. etc. etc.
Nossos problemas estão em nossos dirigentes que montaram um time com a cara deles e querem que a gente chame isso de Coritiba.
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