Arquibancada
Tô que nem marido apaixonado e traído. Concede o perdão uma, duas, três vezes. Depois da terceira vez, começa a achar que está sendo enganado de novo, mas prefere não acreditar, e faz de conta que não vê. É que depois de anos de sobe e desce, altos e baixos, assim ficou esta minha relação desgastada com o Coritiba.
Mesmo prometendo que não vai mais me trair, que aquela contra ao América em Minas, foi a última vez, e que agora, contra o Inter as coisas serão diferentes, aceito o perdão pela enésima vez, mas não consigo relaxar e crer que agora a coisa vai. Digo sim, mas desconfio.
Quero crer porque acredito na boa vontade, mas o histórico o denuncia. Suas inclinações ao mal parecem ser ainda maiores. É que trouxemos esta relação até aqui assim, na desconfiança e não há outra forma a não ser esta. Comportamento viciado. Nos acostumamos ao sofrimento. Tanto é que na verdade, de concreto, ainda não temos muita coisa para comemorar. Apenas a boa vontade e alguns acertos.
Como ponto positivo, podemos comemorar pontos nesta montagem que mexeu no time. Parece que funcionou melhor, ficou mais forte, consistente, do meio pra frente, com mais posse de bola, dominando grande parte da partida, mais encorpado, mas ainda faltam duas questões básicas. A primeira delas é a defesa. Provavelmente por ser uma zaga com pouco treino, está desacertada. Ainda bate cabeça como das outras vezes. O gol do Inter por exemplo, novamente foi falha de marcação.
Bareiro deve ser testado mais vezes. Precisa ganhar confiança e parece precisar da segurança que pode ser dono da posição. Resta saber com quem fará a parceria. Se não tivesse sido expulso, eu o manteria para a próxima partida sem medo de errar.
Na frente, ainda falta a finalização, jogadas mais agudas, que levem ao gol. O meio já consegue ter mais posse de bola, mas falta a finalização e jogadas de opção, quando encontra uma defesa bem aramada como a do Internacional. Falta um jogador de velocidade, para desarrumar as defesas adversárias quando bem armadas. Por enquanto o cara para isso é Vinicius. Melhor que isso seria Rafinha, nos seus bons tempos de Coritiba.
Diante das circunstâncias, o empate não foi um mal resultado. Em outros tempos, teria sido imperdoável. Se tivesse sido no começo da competição, ou da temporada, seria muito bem aceita, mas já passamos da metade do ano. Antes tarde do que nunca, diria o sábio.
Por isso, as circunstâncias precisam ser lavadas em conta. Se este é o caminho, só em mais duas ou três rodadas saberemos. Mas pelo menos saiu da inércia. Algo novo de fato aconteceu. Houve a mexida que precisava acontecer. De tanto que reclamamos ou que finalmente perceberam, não importa.
Como marido traído, sugiro ainda para que nos mantemos vigilantes. Não permitir sequer um ligeiro tropeço que seja.
Uma vitória em Florianópolis precisa acontecer. Não há outro resultado que interesse. Já perdemos pontos suficientes e agora a ordem é correr atrás do prejuízo, antes que seja tarde demais.
Quero acreditar em você, Coritiba!
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