Arquibancada
Não há nada mais irritante aos olhos do torcedor depois de uma série de derrotas, ouvir de um jogador “ precisamos descansar, trabalhar, corrigir os erros e melhorar " !
Depois de anos trabalhando, corrigindo e carregando nas costas uma sucessão de derrotas, a ladainha irrita e afasta, subestima a inteligência do torcedor.
A cada recém-contratado, deveria ser apresentada uma cartilha de frases proibidas. As que exemplifico acima, são as principais. Uma cartilha a cada um dos grupos que se formam, reinventados por diretores executivos, comissão técnica a afins, algumas vezes durante uma só temporada, é uma ideia. Porque o recém-chegado não dimensiona o tamanho da irritação do torcedor com esta conversa de “trabalho, descanso” - promessa de dias melhores. Zeca, nosso lateral, disse quase tudo isso depois da derrota para o Goiás (mais uma, depois de semanas de trabalho e descanso), com nenhum resultado que coloque o Coritiba no lugar onde a torcida espera. Mas isso não é tudo e nem de longe nosso maior problema.
O ciclo absurdo de séries de derrotas, com injustificáveis partidas de doer na alma, surtem efeitos num relacionamento clube/torcida, que passa do esgotamento. As palavras vazias, discursos repetidos para justificar novo insucesso só servem como cereja do bolo do fracasso.
Ficam os incondicionais torcedores, os amores construídos ainda na memória que teima não se apagar. Na história que irrita a nova geração que nada viu e nada ganhou.
O Coritiba sobrevive nos corações dos que fazem a sua casa o seu estádio, quando em dia de jogo, prevalece a única alegria que é estar no Couto Pereira. O templo das histórias alviverdes e, para muitos, isso basta. Mas a unanimidade sabe que logo ali está a nova rotina de memórias frustrantes. Assim, sucessivamente, há anos em seguido e dolorido calvário.
O programa de “hoje é dia de jogo no Couto”, tem sido o reencontro de um amor não correspondido.
Só o milagre explica competência onde não há competência. Onde no próximo passo o milagre se desfaz, trazendo nova frustração de cura definitiva do paciente... a cura desaparece e o doente padece.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)