Arquibancada
Não há como negar a evolução tática, a cara de time de futebol que o Coritiba ganhou nestes últimos jogos. Ganhou padrão, anda até se exibindo com toque de bola, com articulação, evolvendo o adversário, sabendo esperar a hora certa para chegar e surpreender o adversário. Acho que até os “azedos” da arquibancada e da televisão, já pensam em trocar o limão por uma laranja baiana.
Sobra muito pouco para reclamar com o que o time anda jogando. Uma tarde nada feliz de Negueba, quem sabe? O “peladeiro”, expressão que alguns gostam de usar para diminuir o atleta? Não fez mesmo nada de brilhante nesta tarde de sábado. Digamos que se machucou na hora certa, para a feliz entrada de Vinicius, outro que os mesmos “azedos” diziam que “não era jogador de futebol”.
Pois é, Negueba é isto que temos visto. Nada além de um cara esforçado, mas que já nos ajudou muito e vai continuar ajudando. Fico feliz com sua renovação e de poder contar com ele até o final do ano. E vai certamente contribuir ainda mais se a gente pensar o futebol profissionalmente e não apenas como torcedor. Pensar num time não só com 11 titulares, mas com intenção de temporada, coisa para quebrar a cabeça de departamento de futebol, que precisa arrumar o conjunto, preocupado com elenco, tendo que contar com peças de reposição. E é assim que vejo o Coritiba hoje, coisa que não tem desde a saída de Vilsão, que completa dois anos.
Ou ainda vamos continuar batendo na mesma tecla achando que teremos aqueles velhos e imbatíveis times da década de 70, ou para os mais novos, aquele último grande time de 89?
Ninguém no futebol brasileiro está jogando muito bola acima do nível do futebol que o Coritiba começa a apresentar. Ainda é cedo para comemorações, eu sei, mas já melhorou bastante se a gente usar o início da temporada como referência, quando poucos acreditavam, inclusive eu.
Sabemos que o time do Toledo não é um time assim tão inocente. E mesmo assim, passamos por estas duas partidas sem grandes sustos, com algumas ressalvas ao primeiro jogo, quando o Coritiba não fez uma boa partida, tendo mais sorte e juízo do que qualidade.
Jogando em casa, se portou como manda o figurino: mandou na partida, não deixou o Toledo se impor, encurralou o adversário, e o manteve em seu lugar o tempo todo. Foi um confronto como precisava ser: de um time grande jogando em casa, contra um time pequeno aberto, precisando vencer. Pra ser otimista, digamos que agora temos um time para não “pagar mico”. E se mantendo assim, nesta evolução, chegaremos ao Brasileirão dando trabalho finalmente aos maiores.
Uma coisa de cada vez: partida por partida. Como disse estes dias um de nossos comentaristas, (não lembro quem), “canja de galinha e precaução não fazem mal a ninguém”. Estamos escaldados e ainda esperando um tropeço, porque nossa história recente nos deixa ainda em estado de alerta. Tudo ainda parece um sonho, que sabemos, podemos acordar e descobrir que na vida real o buraco é mais embaixo e voltar ao pesadelo de antes.
Mas há algumas rodadas é possível ver regularidade, padrão de jogo, coisa que não se via no Coxa há muitos anos. São várias rodadas com um time jogando quase a mesma coisa, da mesma forma e com quase nenhuma alteração de padrão.
Gilson Kleina anda tendo mais problemas positivos do que negativos para resolver. O mais recente e que se confirmou neste sábado: o que fazer para manter Vinicius no time? Sim, porque no meu time ele é titular absoluto. Assim como Juan que a cada partida confirma cada vez mais a boa fase que vive.
Veremos no meio de semana, um time quase todo mexido, na estreia da Copa do Brasil. Não alimento esperanças com uma espetacular apresentação porque provavelmente a falta de conjunto vai falar mais alto, mas também não aceito outro resultado que não seja a vitória.
Para encerrar, cabe aqui a frase deixada por Kleber, após a partida de hoje contra o Toledo: "Gosto daqui, tem um clima bom. Nos damos muito bem. Somos todos amigos. Até nos treinos o trabalho é legal"!
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)