Arquibancada
Antigamente, pênalti era provocado, na maioria das vezes, por uma ação voluntária do defensor, e por isso bem flagrante. Dependendo da índole da arbitragem, era difícil escapar da avaliação da maioria dos lances no mesmo momento. Depois veio a tv, com recursos e opções de vários ângulos do jogo e a arbitragem passou a ter que dar satisfação depois, durante dias de pesadas críticas.
Agora, com o VAR, com os recursos da televisão ajudando ainda mais, no Brasil mais atrapalha do que elucida, dependendo dos interesses do entorno.
O futebol ainda é uma das vítimas da má intenção, ou melhor, o torcedor é a presa que consome o futebol e a principal vítima deste produto ainda cheio de raízes no passado obscuro, nada comprometido com a lisura.
Temos uma variação de análises que podem ser feitas em nome das últimas arbitragens. A primeira delas pode gerar horas de conversa, a partir dos olhos do VAR, do árbitro em campo, imprensa e torcida, nos lances dentro da área, principalmente.
Mesmo que ainda em muitos lances dependa somente da interpretação do árbitro, uma outra questão me parece inegável, mas que também é consequeência da implantação do VAR e que tem trazido um comportamento novo, principalmente dos zagueiros que precisam treinar mais as disputas de bola dentro da área.
É comum ver zagueiro perdendo equilíbrio e se esborrachando no chão por ter que colar o braço ao corpo para não caracterizar intenção de desvio da bola. A cena não só tira um pouco a plasticidade da jogada, uma das belezas do futebol, como também tira o equilíbrio do corpo em movimento. Mesmo os que abrem os braços, esquecendo do detalhe, entram na disputa pouco à vontade, porque sabem do risco da penalidade.
Uma tecnologia que veio para dar mais clareza ao futebol, no Brasil usamos muito mal, em alguns casos até interferindo no resultado do jogo. No caso dos pênaltis me parece claro: para os zagueiros será preciso desenvolver um novo modo de disputa da bola. Quanto aos árbitros recorrer ao VAR em casos extremos.
É necessário tornar público, dizer quem tem a palavra final, o juiz ou árbitro do VAR? Oficialmente a gente sabe que é o juiz de campo, mas ultimamente não é o que se vê. Mesmo com tanta tecnologia à disposição, falta o principal, critério, e respeito ao principal consumidor do produto que é o torcedor. Falta respeito à inteligência do torcedor.
A organização hierárquica pode ser a primeira providência, para que depois seja possível passar para a discussão seguinte que é a profissionalização da arbitragem.
Isso precisa ser já, porque quando os problemas se sucedem e o torcedor aposta que as providências serão tomadas, novos problemas surgem e nenhuma satisfação é dada.
Não há clube que não tenha uma coleção de reclamações sobre o assunto. Ultimamente a interferência da soma de pequenos erros, andam determinando o resultado final de uma partida.
Se o interesse pelo futebol foi crescendo e ganhando popularidade, então já passou da hora de comprar a briga de verdade e tentar conter o avanço de um de seus piores problemas.
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