Arquibancada
Se conheço o coronel, deve estar aos gritos pelo CT do Cajú. Ainda montado em seu salto alto, com sua voz esganiçada, tentando, fazendo muita força para achar um tom moderado, mas sem dar oportunidade de defesa a quem é chamado para a conversa. Impõe, ameaça... e se não for assim, do jeito dele, a partir daquela conversa, o emprego está ameaçado.
Ele não suportaria mais um fracasso. Afinal, o time dele estava a caminho da disputa do titulo mundial, no final do ano. Promessa feita a seus torcedores. No caminho precisou ajustar as coisas, diminuindo a importância do Paranaense, por exemplo, chamando o Campeonato Regional de “Ruralzão”. Conseguiu aliados até de outras cores, caso de Bacellar, com quem dividiu algumas cumplicidades, caso agora do Youtube.
Não, não é que a vaca tenha ido pro brejo, mas bobo que não é, o coronel já detectou ruído no meio do caminho que traçou. Já percebeu que seu time não é lá estas coisas, o Barcelona das Araucárias, como disse em muitas vezes, e vai precisar de ajuste.
Tomar 3 do Coxa, seja em que condições for, dentro de casa, não cabe na cabeça dele. Três dias depois, nova lambada, também de 3 , agora para um time argentino que nem é lá estas coisas. “Algo deve mesmo estar errado” – deve estar pensando aquela cabeça que se bobear sonha também em comandar o mundo, um dia.
Eu fico aqui tentando imaginar o que deve prevalecer neste momento para ele. Se o ruralzão não valia, imagino que continue com o mesmo comportamento, afinal, teimosia tem de sobra naquela alma. Imagino que vai se manter fiel, como em 2014, quando mesmo numa decisão com o Coritiba, mandou a campo um time inferior para a partida decisiva.
Mas e a Libertadores, que ele busca faz tempo? Ainda não está comprometida, o sonho ainda não morreu, mas as dificuldades já surgiram. Agora precisa vencer fora, o mesmo time que lhe surrou em casa, para conseguir a classificação. Se isso não acontecer, começa a torcer por combinação de resultados. Em poucos dias, se vacilar, pode sobrar muito pouco para quem um dia sonhou em Libertadores e título mundial.
Na verdade estão nestas coisas as lições da vida, que alguns aprendem e outros não. No caso dele, a lição é repetida, mas não tem jeito do coronel aprender.
Enfim, problemas dele e deles todos. Para os quais dediquei pela primeiras vez na vida uns parágrafos a mais. Apenas para junto de vocês, tentar entender o que pensam e principalmente como virão no domingo, para a partida decisiva. Na verdade estava aqui pensando alto, e decidi colocar tudo no blog “Arquibancada”.
Para quem acompanha futebol já há alguns anos, eu diria que venham como vier, o importante é nos prepararmos para uma guerra. Que venham com o sub 17, sub 23, com o time principal, virão da mesma forma, com tudo certamente. Com toda a gana e respeito que merece um atletiba decisivo. Este é o único sentimento que todos eles têm, seja sub ou principal. Vão se recuperar durante estes dias, arrumar força para a qualquer preço tentar reverter os últimos insucessos.
Virão com o time que vencemos domingo, por três, ou virá o time que perdeu de 3 do São Lorenzo? Não importa. Virá o Atlético de sempre para mais um atletiba final de campeonato.
Será luta em campo. Espírito de batalha final de uma grande guerra. Se atletiba é importante em qualquer circunstância, pense na decisão de um título?
A derrota de ontem, para o São Lorenzo, esquenta ainda mais a decisão.
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